Se um componente desgastado ou danificado passar despercebido, poderá levar meses ou anos até que outro profissional tenha chance de identificá-lo e fazer a substituição. Risco para o motorista e prejuízo para todos. Veja por que é importante realizar uma inspeção completa em todos os veículos
A segurança do motorista pode se resumir ao cuidado de um reparador que identifica um pequeno defeito na extremidade do tirante ou de um terminal de direção.
Em um vídeo de um proprietário de uma empresa de reparação, havia uma explicação sobre o motivo pelo qual ele guardava um terminal de direção completamente danificado entre suas ferramentas. Ele explicava que tinha aquele terminal de direção estragado e enferrujado em sua caixa de ferramentas como forma de lembrar da importância de realizar uma inspeção completa no sistema de suspensão e direção de um veículo.
A razão pela qual ele guardava a peça vinha de um amigo que havia levado o carro em diversas oficinas ao longo de vários anos para fazer revisões ou serviços e nunca alguém havia localizado a peça desgastada e com defeito, pois nunca fizeram uma inspeção detalhada nos componentes da direção e da suspensão.
Este amigo só percebeu que havia um problema, quando a direção do veículo foi gradativamente ficando pior, e pior, e pior, até que um dia em uma rodovia ele teve uma pane, o que deixou o carro parado. Ao ser socorrido por este empresário da reparação, ele disse: “Eu poderia ter perdido o controle do carro e sofrido um grave acidente”. Que sorte que nada disso aconteceu.
A lição que tiramos deste relato é: nunca deixe de fazer uma inspeção detalhada nos componentes de suspensão e direção do veículo. Não dê apenas uma olhada superficial e libere o veículo porque acha que está tudo ok.
Certifique-se que tudo está ok com as rodas, teste os rolamentos de roda, verifique o estado de barras, terminais, pivôs, coifas, juntas, coxins e demais componentes.
A importância de fazer um teste e avaliação abrangente em todo o veículo é que o motorista pode voltar a fazer um novo serviço de reparação ou manutenção após seis meses, um ano ou mais. Se você deixar passar esta oportunidade de identificar um componente danificado ou levemente desgastado, este desgaste ou defeito irá evoluindo gradativamente e piorando sua condição de funcionamento, além de poder danificar outros componentes.
Pode ser que você não tenha outra chance de identificar o problema que ainda está simples de ser resolvido e na próxima vez, não seja apenas uma manutenção ou reparo, mas um acidente com prejuízos materiais e até perda de vidas.
O que verificar:
- O estado geral e avaliar as folgas axiais e radiais do sistema, através de movimentação do volante, sem provocar movimento nas rodas. Avalie e investigue melhor se encontrar:
- Folga superior a 1/4 de volta do volante.
- Folgas axiais excessivas.
- Girando o volante totalmente para ambos os lados, verificar se o movimento é feito livremente, sem pontos de retenção.
- Em veículos equipados com sistema servo-assistido, verificar também se, com o motor funcionando, o esforço para movimentar o volante diminui sensivelmente, em comparação com o esforço exigido com o motor desligado. Atenção para:
- Esforço excessivo para girar o volante.
- Desequilíbrio no esforço para girar o volante para um lado em comparação com o outro.
Com o veículo posicionado no fosso ou no elevador:
- Verifique folgas e estado geral dos componentes, a fixação do mecanismo da direção, folgas dos terminais e da caixa de direção, presença de vazamentos acentuados de óleo/graxa da caixa de direção e o estado das coifas. A barra de direção não deve apresentar trincas, rachaduras e amassamentos. Não se permitem soldas ou emendas em componentes do sistema de direção. Atente para:
- Fixação deficiente do mecanismo da direção.
- Presença de trincas ou rachaduras nas barras ou braços.
- Presença de deformações e/ou sinais de soldagem.
- Vazamentos de óleo da caixa de direção.
- Coifa solta e/ou danificada.
- Faça a verificação de folgas e confira o estado geral das articulações/terminais, a existência de elementos de trava e as folgas, observando:
- Vazamento de fluido no sistema hidráulico.
- Correias em mau estado ou mal esticadas.
- Fixação dos flexíveis deficiente.
- Eixos e sistema de suspensão. Atente para:
- Conservação/fixação deficiente/empenamento.
- Folgas excessivas.
- Uso de solda para recuperação/reparação.
- Elementos elásticos (Molas) – Verificar o estado geral, fixação e folgas das molas e feixes. Deve-se verificar a existência de trincas nas molas helicoidais/feixe. Para veículos que possuam feixe de molas, verificar se existe desalinhamento entre as lâminas.
- Deve-se verificar a barra de torção (quando aplicável) quanto ao seu estado geral e se suas buchas estão ressecadas e/ou cortadas.
- Elementos absorvedores de energia (amortecedores) – Verificação de folgas e do estado geral, fixação e vazamento de fluido hidráulico. A haste do pistão não deve ter riscos profundos, oxidação ou incrustações. (quando visível). Verifique se há vazamento de fluido hidráulico.
- Elementos estruturais (braços, suportes e tensores) – Ainda com o veículo suspenso, verificar o estado geral, fixação e folgas. No quadro geral ou travessa, verificar a existência de trincas, amassados profundos, emendas preenchidas com materiais plásticos e oxidação. Nos braços da suspensão (bandeja), verificar a existência de soldas, corrosão, empenamentos, emendas e amassados profundos. Verificar também, a fixação dos braços na travessa ou quadro central. Atenção quanto a:
- Presença de trincas ou deformações significativas.
- Conservação/fixação deficiente.
- Folgas excessivas.
- Uso de solda para recuperação/reparação.
- Elementos de articulação – Verificação de folgas e verificar o estado geral, fixação e folgas. Os terminais e os pivôs devem estar com os guarda-pós em perfeitas condições e não devem apresentar vazamentos.
- Nas buchas dos braços da suspensão, quando metálicas, verificar a existência de corrosão, folgas e lubrificação. Quando de elastômero, devem possuir pouca folga, não devendo estar ressecadas e nem possuir cortes.
- Elementos de regulagem (excêntricos, calços, parafusos reguladores) – Verificar o estado geral, fixação e folgas.
- Avaliar Elementos limitadores (batentes).
- Elementos de fixação (grampos, parafusos, rebites)
- Os coxins da sustentação da caixa de marcha e do motor, não devem possuir trincas, partes quebradas e nem sinais de ressecamento e devem estar bem fixados ao chassi.
- Elementos complementares (estabilizadores) – Faça a verificação de folgas e verificar o estado geral e fixação.
- Pneus e rodas – Avalie as condições e estado geral e atente para o desgaste da banda de rodagem. Através de inspeção visual dos indicadores de desgastes e, quando necessário, com o auxílio do verificador de profundidade, é possível identificar outros problemas (clique e veja a matéria no seu Dana Informa de Maio/20).
Siga estas dicas com atenção, recomendamos fazer um checklist para ajudar, são muitos itens e todos são importantes – sem esquecer de somente fazer reparos com produtos de marcas confiáveis, com segurança não se brinca.
#ÉDANAENTÃOMANDA