Monobloco
- Chevrolet Opala, carroceria cupê de duas portas, fabricado em 1988.
- Carenagem: Stock Car em fibra de vidro, usada entre 1990 e 1993, modelo conhecido como “Bateau Mouche”. Peso total de 68 kg.
- Aerodinâmica para o Recorde: Retirada do spoiler dianteiro, do tirante de regulagem do aerofólio traseiro e dos espelhos retrovisores, além do fechamento da janela direita com acrílico e o uso de rodas menores e mais estreitas.
- Medidas: comprimento: 4,92 metros; largura: 1,92 metros; altura: 1,31 metros.
- Peso: 1.180 kg (com combustível e todos os fluidos).
Motor
- Estrutura Básica: GM 250 (4.1), seis cilindros em linha, fabricado no Brasil.
- Cilindrada: 4.179,48 cc.
- Diâmetro: 99,436 mm (pistões com +0.04 polegada (ou +1,016 mm), a última retífica do bloco).
- Curso: 89,700 mm (original do motor GM 250).
- Taxa de Compressão: 14,8:1.
- Combustível: Álcool hidratado automotivo (comum sem aditivos).
- Potência Máxima: 420 cv a 6.500 rpm.
- Torque Máximo: 55 kgf.m a 5.800 rpm.
- Pistões: Arias (Estados Unidos), em alumínio forjado.
- Anéis de Pistão: Perfect Circle (Brasil).
- Bielas: Saenz (Argentina), em aço forjado.
- Virabrequim: Chevrolet (Brasil), original retrabalhado.
- Bronzinas: Chevrolet (Brasil), originais.
- Cabeçote: Chevrolet (Brasil), original retrabalhado.
- Válvulas de Admissão: Chevrolet (Brasil), com 47,6 mm de diâmetro, originais do motor GM 261 (linha de utilitários), retrabalhadas.
- Válvulas de Escapamento: Chevrolet (Brasil), com 38,1 mm de diâmetro, originais retrabalhadas.
- Comando de Válvulas: Iskenderian (Estados Unidos), modelo 595-A (298º).
- Acionamentos das Válvulas: Tuchos mecânicos e balancins roletados (Brasil).
- Carburação: Weber (Espanha), modelo IDF 44 mm, sistema triplo.
- Coletores de Admissão: Drago (Argentina), em alumínio fundido.
- Bomba de Combustível: Bosch (Brasil), elétrica de 12V, pressão constante de 3 bar e vazão de 155 l/h, original do Gol GTi.
- Tanque de Combustível: Volkswagen (Brasil), original da Kombi, retrabalhado com catch tank, total de 48 litros.
- Coletor de Escapamento: Hooker (Estados Unidos), modelo 6×2, com diâmetro externo de 1-7/8 polegada (47,62 mm).
Transmissão
- Câmbio: Clark FSO-2505 A (Brasil) original do Chevrolet Opala 4.1 (última série, modelo ou ano 1992). Relações de marcha: 1ª) 4,08:1; 2ª) 2,29:1; 3ª) 1,47:1; 4ª) 1,00:1; 5ª) 0,72:1 e Ré) 3,79:1. Relação de diferencial 3,07:1. Embreagem monodisco a seco, tração traseira.
- Relação Peso/Potência: 2,8 kg/cv.
- Rodas do Recorde: Scorro (Brasil), modelo S39 (conhecidas como “flor-de-lis”), com aro 14 e tala de 8 polegadas (originais do Opala Stock Car de 1982 a 1989).
- Pneus do Recorde: Pirelli P7 Corsa 225/55 VR 14 slicks (originais do Opala Stock Car de 1982 a 1989).
- Rodas da Apresentação: Rodão (Brasil), modelo R-650 (conhecidas como “BBS”), com aro 16 e tala de 10,5 polegadas (originais do Opala Stock Car de 1991 a 1993).
- Pneus da Apresentação: Pirelli P7 Corsa 265/40 VR 16 slicks (originais do Opala Stock Car de 1990 a 1993).
Direção, suspensão e freios:
- Direção: Chevrolet (Brasil), mecânica do tipo setor e rosca sem-fim, original do Opala.
- Suspensão Dianteira: Sistema independente, com bandejas inferiores e superiores montadas no subchassi.
- Suspensão Traseira: Eixo rígido, com tensores longitudinais e uma barra transversal do tipo Panhard.
- Bandejas, Braços e Barras: Chevrolet (Brasil), originais do Opala, com todos os parâmetros de geometria retrabalhados.
- Amortecedores: Bilstein (Alemanha), pressurizados e projetados para competições.
- Molas: Hoesch (Brasil), do tipo helicoidais, projeto original do Opala com modificações para o Stock Car.
- Circuitos de Freios: Hidráulicos, sem assistência e totalmente independentes (dianteiro e traseiro).
- Sistema de Ajuste: Válvula de dosagem Wilwood (Estados Unidos), com regulagem entre 150 e 1.200 psi, atuando nos freios traseiros.
- Discos Dianteiros: Chevrolet (Brasil), originais da D-20, retrabalhados e reduzidos, com 260 mm de diâmetro e 30 mm de espessura, ventilados e perfurados, montados nos prisioneiros originais das rodas do Opala.
- Pinças Dianteiras: Varga V-1513 (Brasil), originais do Dodge Charger R/T, retrabalhadas (ampliadas na largura) e com suportes feitos sob medida.
- Discos Traseiros: Ford (Brasil), originais do Landau, retrabalhados e reduzidos, com 260 mm de diâmetro e 24 mm de espessura, apenas ventilados, montados nos prisioneiros originais das rodas do Opala.
- Pinças Traseiras: Varga V-1502 (Brasil), originais do Volkswagen Fusca, retrabalhadas (ampliadas na largura) e com suportes feitos sob medida.
- Pastilhas Dianteiras: Cobreq (Brasil), projeto original do Dodge Charger R/T com material exclusivo para o Stock Car.
- Pastilhas Traseiras: Cobreq (Brasil), projeto original do Volkswagen Fusca com material exclusivo para o Stock Car.
Interior
- Instrumentos: AutoMeter (Estados Unidos), conjunto formado por conta-giros, temperatura da água, temperatura do óleo, pressão do óleo e pressão do combustível.
- Volante: Momo (Brasil), com 310 mm de diâmetro.
- Equipamentos de Segurança: Cinto de seis pontos, banco concha em fibra de vidro, santantônio tubular em aço, três chaves gerais, um extintor de 4 kg com três acionamentos independentes e instalados segundo as normas de homologação da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e Federação Internacional do Automóvel (FIA).
Ficha técnica do evento
- Meta: Quebra do Recorde Brasileiro de Velocidade.
- Local: Rodovia Rio-Santos, km 208, Bertioga/SP.
- Data: 15 de outubro de 1991.
- Altitude: Ao redor de 10 metros acima do nível do mar, dependendo do trecho da pista.
- Clima: Quente e seco, com uma temperatura média de 35 ºC (cerca de 50 ºC no asfalto).
- Regulamento FIA: Categoria I (carro fabricado em série), Grupo A (carroceria tipo turismo) e Classe 14 (motor de 4.000 a 4.500 cc).
- Patrocinador: Dana (marcas Spicer, Albarus e Perfect Circle).
- Piloto: Fábio Sotto Mayor.
- Preparador do Motor: Camilo Christófaro Júnior.
- Preparador do Carro: José Carlos Zereu.
- Equipe de Apoio: 16 pessoas, entre mecânicos e assistentes.
- Apresentação ao Público: Brasil Transpo’91 (19 a 27 de outubro), Pavilhão de Exposições do Anhembi, estande da Dana, São Paulo/SP.
Cronometragem:
- Cronometrista: Ciro Baumann e equipe Racing Crono.
- Equipamentos: Omega/Dimep.
- Pontos de Medição: Nos dois sentidos da pista, conforme o regulamento.
- Percurso Total: 5 km (2 km para acelerar, 1 km cronometrado e 2 km para frear).
- Tempo Máximo Permitido: 1 hora.
- Passagens Cronometradas: 6 tentativas (3 em cada sentido).
- Melhores Marcas: 5ª passagem com 315,269 km/h (ida) e 6ª passagem com 291,947 km/h (volta).
- Recorde Estabelecido: 303,157 km/h (média aferida das melhores passagens).
- Velocidade Máxima Alcançada: 315,269 km/h.
- Velocidade Máxima Teórica: 6.500 rpm (rotação do motor em potência máxima) ÷ 0,72 (relação do câmbio em quinta) ÷ 3,07 (relação do diferencial) x 0,001895 km por rotação (circunferência das rodas com os pneus) = 5,572 km/m ou 334,320 km/h (multiplicando por 60 minutos para 1 hora).
- Fiscalização e Homologação: CBA – Confederação Brasileira de Automobilismo.
Pesquisa: Douglas Cavallari