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Ergonomia
Fabrício Queiroz, Paulo Sieczkowski, Fernando Silva, Jonas Wecker e Paulo Loureiro

A prioridade que a Dana confere à inovação, que impulsiona sua missão, é igualmente aplicado às pessoas, e isso se reflete na priorização da segurança, derivada da atitude e do trabalho de todos. A Operação de Tecnologias de Força é uma das cinco fábricas do Complexo de Gravataí (RS e tem competências especificas. É um centro de desenvolvimento mundial de componentes de borracha e está integrada às demais com o fornecimento de produtos, para todas as demais operações, suportando um modelo mais verticalizado da cadeia de suprimentos que resulta em mais competitividade dos negócios no Brasil. Essa operação é referência regional e global da Dana, com práticas reconhecidas e premiada e, em 2016, foi reconhecida como a melhor operação global de Tecnologias de Força da Dana.

Essa visão comprometida levou à evolução dos procedimentos e ao lançamento, em 2014, do Programa de Gestão dos Riscos Ergonômicos que combina os dois preceitos recomendados pela NR17, a ação preventiva, no que tange aos riscos e conforto na relação do homem com seu trabalho, assim como a participação efetiva dos colaboradores. Essa iniciativa se insere na gestão integrada das ações de eficiência, saúde e segurança, assim como programas de inovação e melhoria contínua.

Um dos grandes diferenciais do Programa de Gestão dos Riscos Ergonômicos se baseia em seu modelo de gestão que compromete lideranças e colaboradores, ao mesmo tempo em que utiliza ferramentas que trazem agilidade nas soluções. Veja abaixo os pilares do programa.

  1. Treinamento constante – propicia maior conscientização sobre riscos relacionados à ergonomia e faz do operador um aliado.
  2. Do diagnóstico à resolução, todo processo é acompanhado com o envolvimento das lideranças e operadores. Para ser encerrada, a demanda precisa da aprovação dos operadores de todos os turnos.
  3. Mudança de paradigma, invertendo a lógica de resposta ao problema, pela ação preventiva.
  4. A gestão elaborou um mapa de todos os postos de trabalho da operação, sinalizando por cores as áreas prioritárias. Associado ao mapeamento é utilizado um check list screening, uma versão ilustrada e didática que garante velocidade na identificação dos potenciais riscos ergonômicos de um posto analisado. É uma combinação de oito categorias e 34 itens analisados, que incluem: postura, repetitividade, manipulação de cargas, puxar e empurrar, ferramentas manuais, layout (sentado ou em pé), condições ambientais (ruídos e iluminação) além de outras situações, como uso de escadas.
  5. Retaguarda de uma equipe de ergonomia ligada à área de Medicina do Trabalho em todas as etapas. Especialistas em ergonomia apóiam a elaboração e atualização constante do checklist, os treinamentos, validam as soluções, assim como atuam diretamente em demandas mais complexas.
  6. Cada item é avaliado segundo o critério legal e a metodologia de referência na área de Ergonomia e Segurança, mas um diferencial é a combinação de diferentes metodologias para garantir elevados padrões.

A Dana é líder mundial em inovação e uma ferramenta de gestão priorizada é o Programa de Solução de Problemas em Equipe (SOPE) voltado à melhoria contínua para eficiência. Vale destacar que desde o lançamento do Programa de Gestão dos Riscos Ergonômicos o SOPE passou a ser um importante aliado das iniciativas de redução de riscos à ergonomia com a contínua revisão de processos. Isto porque as melhorias implementadas pelo SOPE passaram a considerar também o conforto e a saúde no desempenho das atividades.

Agora, operador não precisa fazer esforço

Entre 2014 e 2017, 75 pessoas foram treinadas em riscos ergonômicos, em um total de 141 horas. Um dos resultados do Programa foi a autonomia conferida ao grupo pelo treinamento, disseminando conhecimentos e aumentando a sensibilidade individual e coletiva. Ao longo de dois anos houve implementação de 145 melhorias, e 80% dos postos de trabalho foram analisados, seguindo o mapeamento. O acompanhamento é mensal e a meta de 100% será cumprida em dezembro de 2018, como previsto.

Uma situação comum entre unidades fabris é o manuseio de cargas. O programa alcançou uma drástica redução global (número total de pessoas, multiplicado pelo valor da carga) de 68% do peso total em toneladas/dia beneficiando, diretamente, 100 operadores.
Vale destacar que algumas melhorias do programa não envolvem nenhum risco do ponto de vista da Ergonomia, uma vez que os dois principais riscos ocupacionais são o ruído e aspectos ergonômicos, semelhante a outras indústrias do ramo automobilístico. Nem tampouco visam algum ganho de produtividade.

Em Ergonomia o risco crítico caracteriza-se por atividades que podem gerar lesões no curto prazo, ocasionadas por situações relacionadas à movimentação manual de cargas, repetitividade ou postura corporal. “É uma situação diferente. Para nós, são críticas situações como movimentação de objetos com mais de 3Kg acima de 1,75m do piso, cargas acima de 23Kg, atividades com mais de 70 ações técnicas por minuto ou pegas (termo técnico da Ergonomia) afastadas do corpo com distância horizontal acima de 60cm”, explica o Jonas Wecker, do Programa de Gestão dos Riscos Ergonômicos. O propósito da Dana é apenas aumentar o conforto dos colaboradores na realização de suas tarefas, além de contribuir para o fortalecimento da cultura de saúde e segurança no ambiente de trabalho.

Cerca de 60% dos operadores estiveram envolvidos em projetos de melhorias nos últimos dois anos. “Nós ganhamos e a empresa também. Nós com a saúde ocupacional e a empresa sem um tempo perdido com fisioterapias, por causa de movimentos repetitivos. Com este trabalho já conseguimos eliminar muitos esforços desnecessários, melhorando a nossa postura em relação à ergonomia”, afirma Cezaro da Silva Pacheco, operador de máquinas.

Reconhecimento

Esta iniciativa conquistou o Capacete de Ouro no Prêmio Proteção Brasil 2017, na categoria Ergonomia, pela vitória entre os vencedores da categoria na Região Sul e Prata dentre os cases nacionais.


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