A ideia de estabelecer um novo recorde brasileiro de velocidade em linha reta nasceu de uma proposta de patrocínio que Fábio Sotto Mayor apresentou à diretoria da então Albarus, hoje Dana, em 1991. Nessa época ele mantinha sua própria equipe de Stock Car, com a qual foi campeão na temporada de 1988 e ficou em terceiro em 1989 e 1990, resultados obtidos com carros preparados por seus mecânicos e motores preparados por Anésio Hernandez e Laerte.
“Fui muito bem recebido pela diretoria e expliquei a nossa proposta para aquele ano”, explica o piloto. “A resposta veio em forma de desafio: eles me apoiariam em um evento único, que causasse mais impacto e contribuísse para divulgar as marcas Spicer, Albarus e, particularmente, o lançamento dos anéis de pistão.”
A solução apresentada foi estabelecer uma nova marca de velocidade em linha reta, algo que pertencia ao Carcará, um modelo construído especialmente para esse fim um quarto de século antes. No dia 29 de junho de 1966 o protótipo pilotado pelo carioca Norman Casari chegou aos 212,903 km/h no trecho fluminense da rodovia Rio–Santos. Como os Stock Car já ultrapassavam os 220 km/h em Interlagos, a ideia era perfeitamente factível, ainda que desta vez não haveria tempo para construir um carro específico para esse propósito. A base do veículo deveria ser um automóvel nacional e aí começou verdadeira uma corrida contra o tempo.
“Tínhamos menos de seis meses para organizar tudo”, lembra Sotto Mayor. “Usar um dos carros da minha equipe estava fora de cogitação, pois o campeonato era extremamente disputado. A solução foi alugar um outro Opala e prepará-lo para o recorde.”
A solução veio através de Camilo Christófaro e seu filho Camilinho. A partir de um Stock Car que estava na oficina da icônica Escuderia Lobo, eles começam a trabalhar no projeto e construir um motor com potência suficiente para levar o Opala a pelo menos 250 km/h. Na manhã do dia 15 de outubro de 1991, o recorde foi alcançado.