Nome conhecido por suas habilidades de cronometrista de eventos esportivos, piloto de manobras radicais e dublê de cinema, o brasileiro Ciro Baumann acompanhou os dois recordes brasileiros de velocidade em linha reta homologados pela Confederação Brasileira de Automobilismo. Atualmente com 75 anos de idade, este paulistano filho de pai suíço e mãe brasileira formou-se relojoeiro na Escola Senai Suíço- Brasileira Paulo Ernesto Tolle e, diploma na mão, foi trabalhar no escritório de representação da marca Omega no Brasil.
“Naquela época o ofício de relojoeiro era uma atividade reservada para gente bem mais velha que eu. No início eu consertava despertadores, mas gostei do trabalho e fui progredindo dentro da empresa. Em 1966 acompanhei, ainda como auxiliar, o feito do Carcará, na Barra da Tijuca, lado carioca da rodovia Rio-Santos.”
Cerca de um quarto de século se passou, desde aquele igualmente ensolarado 29 de junho de 1966, quando Baumann instalou o sistema Omega TR2 no lado paulista dessa estrada, em Bertioga. Assim começava o trabalho para registrar a velocidade máxima do Chevrolet Opala de Fábio Sotto Mayor.
“Eu cheguei a Bertioga na segunda-feira, 14 de outubro, um dia antes, carregando meus três auxiliares e o equipamento de cronometragem no meu Fiat Uno. Demos uma olhada no local escolhido e imediatamente notei que o tempo não havia perdoado aquele asfalto da Rio-Santos: o trecho liberado pela Polícia Rodoviária estava bem ondulado. Nessa ocasião a marca Dimep já apoiava meu trabalho.”
Na manhã da terça-feira, Ciro Baumann e sua equipe dedicaram duas horas para instalar as células fotoelétricas nos extremos do trecho de um quilometro e ligadas por de cabos de 100 metros cada um. O otimismo da equipe contagiava a todos.
“O Fabinho estava muito animado e toda a equipe transpirava confiança que o recorde seria quebrado. Horas mais tarde eu chequei os registros da terceira tentativa e chegamos à média de 303,157 km/h nas duas melhores passagens. Com esse número registramos um recorde que até hoje não foi superado.”