Estudantes de engenharia de diferentes escolas do Brasil participam amanhã da 1ª edição da Maratona DANAtureza, que será realizada no Campo de Provas da Cruz Alta, da General Motors, em Indaiatuba (SP). O desejo desses alunos será percorrer mais de 750 km consumindo apenas um litro de gasolina. A prova, inédita no Brasil, vai premiar a equipe que conseguir percorrer a maior distância com a menor quantidade de combustível. Promovida pela Dana e com apoio do campo de provas da GM, a Maratona DANAtureza vai reunir cinco faculdades de São Paulo, uma do Rio Grande do Sul e uma de Minas Gerais.
Hoje de manhã foram feitas as avaliações de segurança, originalidade e design de cada projeto. À tarde, acontece os alunos farão uma visita aos laboratórios e pistas do Campo de Provas da Cruz Alta.
Entre as faculdades paulistas que aceitaram o desafio estão a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a FEI (Fundação Educacional Inaciana), o Mackenzie, a FATEC e a Faculdade de Design de Mauá. A Ulbra (Universidade Luterana do Brasil) vai representar o estado do Rio Grande do Sul e a Universidade do Estado de Minas Gerais, única escola que já participou da maratona na França, competirá com o carro Sabiá 5.
Antes da corrida, os minitanques de todos os veículos são abastecidos com 250 cm³ de gasolina, sob a fiscalização de um comissário da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo). A temperatura também é medida para corrigir a dilatação do combustível. No final do percurso, a quantidade de gasolina restante é aferida, considerando-se o peso e não o volume pois, como os protótipos chegam a atingir temperaturas de até 50°C, o combustível pode dilatar-se. Em seguida, aplicando uma regra de três, calcula-se o número de quilômetros que o carro percorreria com um litro.
Será a primeira vez que esse tipo de evento é realizado no Brasil. Segundo Luciano Pires, diretor de Comunicação Corporativa da Dana, a maratona é parte da parceria tecnológica da empresa com a FEI (Fundação Educacional Inaciana) e uma excelente oportunidade de incentivar jovens engenheiros a buscar soluções para as questões ambientais. “Despertamos neles o interesse pelo desenvolvimento de novas tecnologias e de formas mais aerodinâmicas, visando a redução do consumo de combustível e das emissões de poluentes”, explica Pires.
De acordo com o professor Ricardo Bock, coordenador de Engenharia Mecânica Automobilística da FEI e orientador de quatro equipes participantes, a Maratona DANAtureza seguirá quase as mesmas regras da Shell Eco-Marathon, realizada há mais de 20 anos na Europa. Entretanto, na prova brasileira, serão permitidos apenas motores de ciclo Otto a gasolina. Os carros de competição, que podem ter três ou quatro rodas, são projetados e construídos pelos estudantes, segundo o regulamento da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo).
As equipes de universitários, formadas por até sete integrantes e orientadas por um professor responsável, realizam o projeto técnico utilizando conceitos de desenho, matemática, física e informática. Durante o trabalho, os alunos devem levar em conta a otimização da combustão, a redução dos atritos no motor, a determinação das melhores relações da transmissão, o ajuste perfeito da pressão dos pneus, a aerodinâmica e a redução do peso.
O material e o tipo de construção dos protótipos são livres. Porém, os carros não devem conter arestas agudas ou pontas aparentes, para evitar possíveis ferimentos nos pilotos. A transmissão, a preparação do motor e seu deslocamento volumétrico (cilindrada) também são livres, mas é obrigatória uma tubulação de exaustão para fora do veículo. O motor de partida não deve ter torque suficiente para provocar o deslocamento do protótipo.