Mais de 500 engenheiros, pesquisadores e membros de montadoras estiveram reunidos em Washington D.C., nos EUA, para participar da 14ª Conferência Anual sobre Hidrogênio, que aconteceu nos dias 5 e 6 de março. O tema principal da convenção foi o uso da célula de combustível em veículos produzidos em série.
Com os altos preços dos combustíveis convencionais, centenas de cientistas discutem o uso de combustíveis alternativos. No caso da célula de combustível, os três maiores desafios são encontrar meios para reduzir os custos de produção – de forma a tornar viável a comercialização de automóveis movidos a hidrogênio -, desenvolver um sistema para oferecer o hidrogênio nos postos de combustível e encontrar um modo seguro de instalar tanques nos veículos.
O custo
A indústria espera já estar produzindo veículos movidos a hidrogênio em série até 2010. A questão principal é reduzir o custo de produção desse tipo de veículo, já que apenas a célula de combustível custa cerca de US$ 200 mil cada.
A célula de combustível é um dispositivo eletroquímico, parecido com uma bateria, que produz eletricidade. Mas, diferentemente de uma bateria, a célula não precisa ser recarregada à noite e continua a produzir energia indefinidamente enquanto o hidrogênio e oxigênio forem fornecidos ao dispositivo. Em vez de gases poluentes, a célula gera água limpa e, nas naves espaciais, os astronautas podem beber a água produzida.
Daniel O’Connel, engenheiro da GM do Centro de Desenvolvimento de Célula de Combustível em Honeoye Falls, NY, afirma que cerca de 200 engenheiros e químicos estão trabalhando para encontrar novos materiais para o uso na célula de combustível. A indústria vem testando de tudo, desde plásticos até metais como o ouro. “Nós já provamos que é possível utilizar célula de combustível em automóveis. Agora é a vez de tentar reduzir os custos para que esses veículos possam competir com os motores de combustão interna usados hoje”, diz O’Connel. “E estamos fazendo progressos diários”, complementa. Mais de 30 veículos movidos a hidrogênio, como a Van Sprinter, da DaimlerChrysler, a minivan Phoenix, da GM e o Toyota HyPower, estão sendo testados nas ruas atualmente.
Chris Borroni-Bird, um dos especialistas em célula de combustível na GM, diz que um motor movido a gasolina em um veículo de US$ 20 mil custa cerca de US$ 3 mil. Um motor movido a célula de combustível no mesmo veículo custaria US$ 30 mil.
Célula de combustível na Dana
Durante os últimos anos, os engenheiros da Dana concentraram seus conhecimentos técnicos na busca dessa solução que poderia diminuir a dependência das fontes de energia tradicionais. A Dana já montou centros de suporte de células de combustível em Paris, no Tennessee (EUA); em Oakville, Ontário (Canadá); e em Neu Ulm (Alemanha). Em cada unidade, estes profissionais estão trabalhando no desenvolvimento de tecnologia e métodos de produção de grande volume para diversos componentes.
Em Paris, está sendo desenvolvida a tecnologia para placas bipolares compósitas (moldadas no formato acabado), coletores e vedações integradas. Já os engenheiros do centro de Oakville da Dana estão desenvolvendo soluções de gerenciamento térmico para processadores de combustível, condensadores de água, pré-aquecedores e módulos de refrigeração completos com ventiladores e motores integrados. Os engenheiros trabalham ainda no desenvolvimento de soluções para a transmissão de hidrogênio, fluidos a base de carbono, água desionizada e ar para diversas partes do sistema. O grupo de filtração da Dana também está desenvolvendo filtros e carcaças de filtros para a entrada de ar do sistema de célula de combustível.
Os pesquisadores da Dana em Neu Ulm já estão prontos para fornecer placas bipolares para fabricantes de células de combustível em todo o mundo. Essas placas bipolares metálicas possuem revestimentos especiais, canais de campo de fluxo de alta temperatura, vedações de alta temperatura e defletores de calor. Informações mais detalhadas sobre as soluções Dana desenvolvidas em Neu Ulm podem ser obtidas no site http://www.reinz.de/bluepac .
Combustível do futuro
Apesar ainda haver muita discussão sobre quanto e quando será o impacto do hidrogênio, não há praticamente nenhuma dúvida de que ele será o combustível do futuro e que as células causarão um impacto considerável na indústria automotiva.
Prevê-se que carros e caminhões com células de combustível auxiliares para o acionamento de ar condicionado e outros dispositivos eletrônicos já estarão circulando por volta de 2006. Muitas montadoras terão uma produção limitada de carros com motores de célula de combustível em circulação para avaliação por volta de 2004-2005. Com base nos resultados desses esforços e nos avanços suplementares, existe a possibilidade de um por cento de todos os veículos novos incorporarem células de combustível até 2010.
Se você quiser saber mais sobre os trabalhos da Dana relacionados a célula de combustível mande um e-mail para futuro@dana.com.