Permitir que o veículo passe por buracos, lombadas e curvas fechadas com conforto, segurança e sem perder a estabilidade: essas são as funções do sistema de suspensão. Segundo o engenheiro mecânico Rubens Venosa, proprietário da oficina mecânica Motor-Max, se qualquer parte da suspensão se quebrar poderá ocorrer um acidente grave porque é ela que sustenta o carro e posiciona as rodas.
Para garantir o bom funcionamento do sistema e evitar problemas, a revisão deve ser feita periodicamente e as peças comprometidas devem ser trocadas por novas. “Os primeiros reparos na suspensão se dão a partir dos 40 mil km.
A cada revisão, ou seja, a cada 10 mil ou 15 mil km, todos os itens da suspensão devem ser verificados”, diz Venosa.
A durabilidade dos componentes depende do uso do carro. Trafegar por ruas esburacadas ou estradas de terra afeta as bandejas, amortecedores e molas e reduz a durabilidade.
De acordo com José Mozardo, do departamento de Assistência Técnica da Dana, fabricante de componentes da suspensão, as molas foram criadas para absorver as irregularidades do piso, tornando o rodar mais macio. “Elas devem ser trocadas se seus elos estiverem marcados, o que mostra fadiga.”
Amortecedor
Outro importante componente da suspensão é o amortecedor, que controla a abertura e o fechamento do sistema, limitando a movimentação da mola e fazendo com que a roda fique o maior tempo possível em contato com o solo, proporcionando mais estabilidade. Essa peça é constituída pelo conjunto de pistão e válvulas, fixados a uma haste e que se movem em um tubo com óleo específico para altas temperaturas e pressões.
Segundo Mozardo, também existem outros componentes da suspensão que podem interferir na estabilidade e dirigibilidade. Rolamentos de rodas, buchas, batentes ou coxins danificados, falta de alinhamento da direção e do balanceamento das rodas podem causar problemas. A pressão dos pneus também deve ser levada em conta.
Quem não tem o cuidado de fazer as revisões periódicas deve ficar atento aos sinais que indicam a fadiga do sistema de suspensão.
Venosa explica que os primeiros indícios são os ruídos ao rodar em paralelepípedos ou pequenas ondulações do asfalto. “Os barulhos são provenientes de folgas devido ao desgaste das peças que se movimentam na suspensão.” Amortecedores danificados podem apresentar vazamento de óleo.
Outros sinais, diz Mozardo, são a perda de estabilidade, o desgaste prematuro dos pneus e quando o carro começa a sair da trajetória, não obedecendo aos comandos da direção.
Mozardo ensina ainda que uma maneira simples de descobrir se o sistema de amortecimento está funcionando bem é balançar o carro com as mãos. Se o veículo oscilar pouco (duas vezes) não há nenhuma alteração. Se continuar balançando por mais tempo pode ser o indício de algum problema e um mecânico deverá ser consultado.
Para Venosa, defeitos também podem ser percebidos ao fazer o alinhamento da direção. Se houver folgas na suspensão, o alinhamento será feito de maneira imprecisa. O alinhamento é importante para manter a suspensão em bom estado.
“O carro alinhado permite que a suspensão sofra menos desgaste porque o esforço é bem distribuído.” Venosa recomenda que, em todas as revisões, sejam feitos o alinhamento e o balanceamento das rodas. “Ao se trocar qualquer componente da suspensão deve ser feito também o alinhamento.”
Mozardo lembra ainda que, toda vez que os amortecedores forem trocados, deve-se substituir também o conjunto composto de coxim, batente e coifa. E terminais de direção, barra de direção e pivô da suspensão devem ser trocados a cada 70 mil km porque são itens de segurança importantes, ligados à direção.
Segundo Venosa, a manutenção completa do sistema para um carro como o Volkswagen Gol fica em cerca de R$ 1 mil. (JT/Jornal do Carro/Sueli Osório)