A saga da equipe Fittipaldi e sua aventura pelos mais importantes autódromos do mundo acaba de ser retratada no livro “Fitti-1 – O Fórmula 1 brasileiro – Reescrevendo a história”. Escrito pelo jornalista Lemyr Martins, que acompanhou de perto toda a trajetória dos irmãos Fittipaldi, a obra reconta – com base em fatos – como foi a criação do primeiro carro brasileiro a competir na principal categoria do automobilismo mundial. Uma história que envolve sonhos, empenho, perigo, alegrias, tristezas, vitórias e derrotas.
Patrocinado pela Dana, o livro “Fitti-1 – O Fórmula 1 brasileiro” é parte complementar do projeto de valorização dos ícones brasileiros da mobilidade. Segundo Luciano Pires, diretor de Comunicação Corporativa da Dana, é um registro dos esforços da empresa para recuperar parte da história “de um Brasil pródigo em perder a memória e apagar um passado de conquistas de pessoas que, de alguma forma, contribuíram para nos dar o orgulho de ser brasileiro”.
Com 151 páginas e repleto de fotos, o livro conta em detalhes todo o processo de reconstituição do FD-01, ou Fitti-1, retratando como os colaboradores da Dana rodaram o mundo atrás de componentes e fragmentos para refazer com toda a autenticidade o quebra-cabeça de 6 mil peças de um Fórmula 1. Também mostra como a Dana conseguiu reunir vários profissionais que trabalharam na construção do primeiro modelo, como os mecânicos Darci Medeiros, Elísio Casado e João Paolo Pascuale, mestres em chassi, motor e elétrica, e o engenheiro Ricardo Divila – projetista do carro – , para que o Fitti-1 voltasse à sua forma original.
O trabalho de ressuscitar o Fitti-1 foi feito por Darci e pelo filho Peterson de Jesus – nome dado em homenagem a Ronnie Peterson, o piloto da F-1 morto no GP de Monza em 1978. O motor é o mesmo Ford-Cosworth V8 que foi instalado há 30 anos no Fitti-1, mas, como ficou muito tempo parado, foi todo desmontado e recondicionado por Elísio Casado, também testemunha do nascimento do protótipo de F-1 brasileiro.
A saga dos Fittipaldi
Além de narrar a recente recuperação dos primeiros modelos da equipe Fittipaldi e a reapresentação do Fitti-1 restaurado no autódromo de Interlagos, o autor volta no tempo e desvenda o início da paixão dos irmãos Fittipaldi pelo automobilismo, na época em que, ainda adolescentes, fabricavam volantes esportivos. Lemyr Martins conta ainda como os jovens Fittipaldi passaram a preparar karts, que entraram no Brasil em 1960, e a criar outros protótipos de sucesso nas pistas brasileiras, como o Fitti-Porsche e o surpreendente Volks bimotor.
Um dos capítulos do livro relata como Wilson Fittipaldi Jr., decepcionado com as constantes falhas internas da Brabham, time pelo qual competia na Fórmula 1, em 1973, teve a idéia de construir um F-1 legitimamente brasileiro. A partir desse ponto, o autor narra toda a trajetória do carro, desde seu projeto por Ricardo Divila, passando pela apresentação ao então presidente Ernesto Geisel em Brasília, até a estréia no GP da Argentina em 1975.
Outra passagem interessante é a que descreve a ida de Emerson Fittipaldi, na época bicampeão mundial, para a equipe brasileira, em 1976. Emerson foi acusado de inimigo dos próprios interesses, por deixar a McLaren, com claro potencial de um tricampeonato mundial, para pilotar o F-1 da família, ainda na fase de afirmação. “Ao contrário do que disseram na época, minha decisão de deixar a McLaren não foi para ganhar mais na Copersucar. Fui ganhando menos, porém muito motivado em guiar nosso carro. Também pesou na decisão o fato de o FD-04 ser um carro como eu achava que deveria ser: mais simples e convencional. Não que eu não gostasse da idéia inicial. Só achava um conceito muito avançado para uma equipe nova”, declara Emerson no livro.
Lemyr Martins também dedica algumas páginas de seu livro ao radialista esportivo Wilson Fittipaldi, o Barão, patriarca da família Fittipaldi, e aos diversos nomes que participaram ativamente da história da equipe Fittipaldi, como mecânicos, projetistas e os pilotos Ingo Hoffmann, Arturo Merzario, Alex Dias Ribeiro, Keke Rosberg e Chico Serra.
O empenho das empresas que contribuíram com a realização do sonho da equipe brasileira de Fórmula 1 também é lembrado, como a Embraer, que cedeu seu túnel de vento para os primeiros testes com o carro, a então Albarus (Dana), que desenvolveu e forneceu os semi-eixos para o Fitti-1, além das patrocinadoras Copersucar e Skol. O livro traz ainda as fichas técnicas de todos os modelos e os resultados da equipe Fittipaldi nas temporadas de 1975 a 1982.
Para saber tudo sobre a recuperação dos carros da equipe Fittipaldi pela Dana e ver diversas fotos, vídeos e reportagens sobre o projeto visite www.dana.com.br/fittipaldif1.