Quando o cliente reclama que o veículo está puxando para o lado, geralmente, a resposta imediata é problema no alinhamento. Mas isso não é uma verdade absoluta. O bom comportamento do veículo na pista é o resultado de uma equação complexa envolvendo suspensão, direção e pneus. Acompanhe.
A definição do cliente de um veículo desalinhado e puxando para um dos lados é o fato de a roda não estar reta ao se deslocar numa pista. A definição de um profissional da reparação sobre o mesmo fato deve ser uma criteriosa avaliação das condições do chassi, do sistema de suspensão e direção e dos pneus, todos componentes fundamentais para o controle da direção e do deslocamento do veículo na direção desejada.
Para um técnico, o diagnóstico começa por entender o que o motorista está experimentando e primeiro diagnosticar se as condições de funcionamento dos sistemas atendem aos critérios mecânicos para a reclamação. Com o diagnóstico de todos os componentes envolvidos, ao procurar resolver o problema, pode ser que o motivo não seja um componente danificado ou fora de ajuste, mas o resultado de diferentes componentes e sistemas necessitando reparos.
A importância de escutar o cliente?
Ele não irá dar o diagnóstico, mas suas experiências e percepção do veículo ajudarão na identificação dos pontos a serem checados, além de saber de antemão o que o está incomodando mais, se a sensação de falta de controle do veículo, se o esforço necessário para manter o veículo na trajetória desejada ou até o medo de usar o veículo em condições inadequadas. Isso tornará o ato de dirigir uma situação desagradável e você não pode apenas corrigir o problema, mas também recuperar a confiança e o conforto do motorista.
Passo 1 – Test Drive
O teste de rodagem com o veículo é fundamental. Simplesmente levar o carro para a baia de alinhamento,
fazer leituras e procurar as especificações que estão fora dos parâmetros, normalmente, nunca resolve a reclamação do cliente ou problema do carro.
Assim, é fundamental perguntar ao cliente em que velocidades ele experimenta a condição e em que tipo de estradas. Em seguida sua tarefa é reproduzir as condições de uso descritas pelo cliente e perceber o comportamento do veículo. Sem essas informações, você nunca resolverá o problema.
Passo 2 – Pneus
O primeiro item a inspecionar são os pneus. Embora não seja um problema tão grande quanto era há 20 anos, ainda pode ocorrer.
Uma coisa permanece constante até hoje: a falta de hábito dos motoristas em verificar a calibragem regularmente, além de não fazerem o rodízio previsto entre os pneus. Uma pequena diferença de calibragem entre os pneus do mesmo eixo pode causar uma sensação de desalinhamento e que o veículo está puxando para um dos lados.
Por exemplo, a pressão do pneu dianteiro esquerdo estar inferior à do direito pode “puxar” o carro para um lado. A solução: basta calibrar os pneus.
Outro problema pode ser o freio da roda dianteira esquerda prendendo um pouquinho. Isto também vai provocar a sensação de que o carro puxa para esquerda. E até mesmo uma diferença de desgaste entre os pneus direito e esquerdo pode resultar neste problema. Em caso de dúvida, experimente trocar uma roda pela outra: se o carro passar a puxar para o outro lado, está determinada a causa do problema.
Observe o conjunto completo de pneus e rodas e proponha uma estratégia de rodizio e alinhamento/balanceamento para resolver o problema da direção, além de orientar seu cliente sobre a importância de calibrar os pneus periodicamente.
Passo 3 – Molas
A distância do veículo em relação ao piso é mais do que uma medida para avaliar a saúde das molas. É uma medida de diagnóstico que pode ser usada mesmo que você não tenha as especificações ou procedimentos. Compare a medição entre os dois lados. Se a diferença for de 1 a 2 cm entre os dois lados, comece a procurar peças quebradas ou gastas.
É importante a lembrar que à medida que a suspensão se comprime, os ângulos de alinhamento mudam. Conforme a suspensão se move, acontecem mudanças na cambagem e no cáster. Esses ângulos também podem causar problemas na direção. Além disso, as mudanças no caster podem alterar a sensação e estabilidade da direção.
Mesmo se todos os ângulos estiverem corretos, o carro ainda pode ter um problema de alinhamento. Interpretar os ângulos e pensar sobre como um ângulo de um lado pode acentuar os problemas no lado oposto é fundamental para evitar problemas.
Passo 4 – Direção torta, sistema de suspensão e suporte do motor
Os componentes de suspensão por si só não podem influenciar a direção de um veículo. No entanto, eles podem fazer com que as rodas oscilem, o que pode fazer com que o volante entorte e/ou puxe para os lados.
O suporte do motor, que amortece a vibração do mesmo, também ajuda que o volante receba menos vibrações e mantém os parafusos no lugar. Se estiverem desgastados, também podem alterar o comportamento do veículo na pista.
O sistema de suspensão inteiro, em perfeito estado de manutenção, tem essa mesma função. Quando esses suportes e sistemas não são bem cuidados, a vibração irá toda para o volante, para os parafusos, e consequentemente, o volante ficará torto, sendo necessário um realinhamento e reaperto dos parafusos.
Passo 5 – Rolamento, homocinéticas e carro com direção irregular
Os rolamentos do volante e das rodas, e as homocinéticas das rodas, quando apresentam defeitos, podem ser responsáveis por causar a direção irregular. Você deve inspecionar essas peças em busca de defeitos e falhas, para então efetuar a troca e corrigir o problema.
E não se esqueça: de nada adianta corrigir os problemas e usar peças de má qualidade ou sem tradição. Por isso, nos serviços de reparação, em especial em sistemas de suspensão e direção, sempre use os produtos Spicer e Albarus. Marcas Dana que asseguram a boa qualidade dos seus serviços e a satisfação do seu cliente.
É Dana, então manda.