O eixo traseiro dinâmico permite que o veículo realize curvas de maneira mais fácil, seja em baixa e ou alta velocidade. Porém a substituição dos rolamentos da roda traseira em veículos com essas características requer alguns cuidados extras quando comparados a um sistema sem essa funcionalidade. Saiba mais.
A baixas velocidades, ele ajuda o carro a virar em espaços menores; a altas, torna o veículo muito mais estável. Embora ainda restrito a modelos mais sofisticados e veículos pesados articulados, os sistemas de eixo traseiro dinâmico, também conhecido como esterçante, é um recurso técnico muito comum para melhorar o desempenho e o comportamento dinâmico.
Esse não é um recurso recente, pois surgiu na década de 80, sendo amplamente utilizado em veículos das linhas Peugeot, Citroën e Honda, além dos esportivos Porsche e os modelos sofisticados da Mercedes -Benz e da Audi.
O sistema de eixo traseiro dinâmico melhora a agilidade e o equilíbrio em curva, promove maior estabilidade em linha reta e facilita manobras em velocidade reduzida
A baixas velocidades, a diferença para um automóvel convencional, em que apenas o eixo dianteiro esterça o carro, não é muito significativa. Porém, nas curvas fechadas, o mecanismo se revela uma agradável surpresa, já que o eixo traseiro também colabora sempre que é necessário inserir o carro em curva, além de ajudar a manter a trajetória traçada pelo condutor.
Há dois sistemas principais que permitem colocar essa engenharia em uso. O passivo e o ativo, sendo que o primeiro deles ocorre sem a intervenção de qualquer sistema elétrico, hidráulico ou mesmo de interação com as rodas dianteiras.
Neste caso, é a movimentação do carro que induz o eixo traseiro esterçante, atuando de modo mais simples.
Já o sistema ativo é mais elaborado, por contar com tecnologia eletromecânica. Assim, há parâmetros de velocidade e de movimentação que vão alterar o funcionamento do eixo especial, na casa dos 2° de esterçamento.
Essa tecnologia é bem simples, mas exige alguns cuidados nos serviços de manutenção e substituição de componentes, como, por exemplo, a aplicação de novos rolamentos na roda traseira em uma suspensão com eixo dinâmico, que requer algumas etapas extras quando comparada a um sistema convencional.
Substituir os rolamentos nas rodas de um veículo com eixo traseiro energizado pressupõe que o reparador tenha bons conhecimentos sobre as rotinas e não permite improvisações ou aplicação de componentes de baixa qualidade.
Procedimentos
Para retirar o semieixo, deve-se acessar o diferencial e retirar as presilhas que prendem o eixo ao diferencial.
A maioria dos eixos usa rolamentos em um arranjo tipo cartucho. Eles são instalados nas extremidades do eixo ou pressionados no eixo e, em geral, fixados com um retentor pressionado.
Em alguns eixos o furo da carcaça é cônico e o rolamento cabe em apenas uma posição. Identificar qual o tipo de peça é a adequada e conferir suas dimensões antes de iniciar a instalação pode economizar tempo e talvez várias trocas de peças.
Alguns eixos usam um design de semieixo flutuante. Esse tipo de design alivia o peso do veículo do eixo, então tudo o que ele precisa fazer é transmitir potência.
Isso permite que o cubo do eixo suporte uma carga maior. Alguns desses eixos utilizam rolamentos de rolos cônicos. Outra vantagem de um eixo flutuante é que se o eixo se separar do diferencial ou flange, a roda não cairá do eixo.
A parte mais crítica da desmontagem é remover o rolamento e o retentor do eixo sem danificar o semieixo ou a carcaça. Qualquer dano às superfícies sobre as quais a vedação ou o rolamento se deslocam pode causar falha prematura do novo rolamento.
Outro erro que causa atraso ou retrabalho é não observar a ordem correta de instalação das peças. Não é incomum pressionar o novo rolamento no eixo e perceber que a placa do flange não foi instalada.
É importante inspecionar a tampa do diferencial em busca de pontos de desgaste, ferrugem, amassados e outros pontos danificados. Essas condições aumenta a probabilidade de falhas na vedação pelo fato da tampa estar danificada.
O principal problema de rolamentos de roda de eixo sólido é uma vedação com falha. A maioria das vedações é montada no semieixo e normalmente tem uma borda e uma mola que prende a borda ao eixo. Quando uma vedação for instalada, não tenha pressa na instalação do eixo. As estrias podem danificar a vedação e causar vazamentos.
A área do semieixo onde a vedação e os rolamentos fazem contato é a mais importante. Deve estar livre de ferrugem e imperfeições. Use apenas lixa de grão fino para limpar o semieixo entre o flange e a área desgastada.
Se a superfície estiver ranhurada ou danificada, o eixo pode ser reparado com uma bucha em algumas aplicações. Caso contrário, o eixo deverá ser substituído. Outra opção para algumas aplicações é instalar um rolamento de substituição que reposicione o rolamento e a vedação para funcionar em superfícies não desgastadas.
Certifique-se de que a vedação esteja instalada na posição correta.
Certifique-se, ainda, que os respiros do eixo não estejam entupidos. O respiro em alguns eixos atua como uma válvula PCV para manter as pressões dentro de uma determinada faixa para que as vedações possam funcionar melhor à medida que o diferencial aquece e esfria.
Se um respiro estiver entupido, o calor aumentará a pressão no eixo. À medida que o eixo esfria, a pressão negativa pode se acumular atrás da vedação. Essas mudanças na pressão farão com que as bordas das vedações se deformem e vazem.
Qualquer vazamento em um eixo deve ser levado a sério. Ignorar um vazamento pode custar muito caro e destruir rolamentos, freios e diferencial.
Depois de tudo montado, certifique-se de usar o lubrificante correto. Usar o lubrificante errado poderá causar ruído e danos às placas de fricção dentro do mecanismo de deslizamento limitado.
No quesito peças de reposição o cuidado é um só: procure pelo selo Dana nas embalagens. Isso assegura a qualidade, durabilidade e tradição dos produtos das marcas Spicer, Albarus e Victor Reinz.