O automóvel ainda era uma carruagem sem cavalos e a produção era praticamente artesanal. O Brasil recebia seus primeiros carros e a frota não chegava a uma centena. Mas as cruzetas e juntas de transmissão Spicer já estavam no mercado e foram testemunhas desta história de sucesso e crescente desenvolvimento. Não acredita? Confira!
A fabricação de automóveis ainda estava numa fase artesanal, pois os primeiros veículos acabavam de chegar às ruas Parisienses (1894) e a produção em massa, iniciada com a linha de montagem idealizada por Henry Ford, só viria a ser criada quase 10 anos depois (1913).
No Brasil, Alberto Santos Dumont, o futuro pai da aviação, em novembro de 1891 trazia o primeiro carro motorizado para o solo brasileiro e em 1904 já existiam 84 carros registrados na Inspetoria de Veículos.
As primeiras montadoras só chegaram ao Brasil em 1919, quando Ford decide trazer a empresa ao Brasil, puxando a fila, seguido pela General Motors, em 1924, e a International Harvester, em 1926, para atender o mercado de caminhões.
Nesta década, a frota nacional pula de 30 mil veículos (1920) para 250 mil veículos (1930).
Neste pequeno espaço de tempo, a marca Spicer já estava presente e ajudando a desenvolver esse novo meio de locomoção. Em 1º de abril de 1904, Clarence Winfred Spicer começa a fabricar sua invenção, a junta universal nos Estados Unidos. Este fato foi o destaque das comunicações da Albarus nas revistas especializadas, como demonstra a peça publicada na revista “Automóveis & Acessórios”, e que pode ser encontrada em formato digital no acervo da Biblioteca Nacional e nas publicações da marca nos idos anos 50 e 60.
No Brasil, a Spicer chegou pelas mãos do imigrante alemão Ricardo Bruno Albarus, quando em 10 de julho de 1947 criou a Albarus, uma pequena oficina mecânica de precisão no Rio Grande do Sul, que especializou-se na produção de peças para a crescente frota de veículos importados que circulavam pelo País.
Pouco depois, a Ford “descobriria” a Albarus. O primeiro pedido da fabricante norte-americana mudou o destino da empresa e marcou o início da produção de cruzetas para as montadoras, ainda para o mercado de reposição, pois a indústria automotiva brasileira só se estabeleceria alguns anos depois, no final dos anos 50, com a iniciativa do presidente à época, Juscelino Kubitschek de Oliveira (de 31 de janeiro de 1956 a até 31 de janeiro de 1961).
Em 1955, por uma sugestão da Ford, Ricardo Albarus aproximou-se da Dana Corporation – então Spicer Manufacturing Co., fabricante norte-americana de eixos cardans – em busca de novas tecnologias.
Essa associação selou o início das atividades da Dana no Brasil e foi o primeiro investimento da companhia fora dos EUA. Em pouco tempo, a Dana assumiu o controle acionário da Albarus e constituiu-se, a partir dos anos 70, em um dos mais importantes fornecedores de autopeças para as montadoras de veículos instaladas no Brasil.
Mais de um século depois, a Spicer e a Albarus hoje são marcas da Dana Corporation, líder mundial no fornecimento de sistemas e componentes de transmissão, vedação e tecnologias de gerenciamento térmico que melhoram a eficiência e o desempenho de automóveis, veículos comerciais e para o segmento de fora-de-estrada, tanto com motorizações convencionais quanto alternativas de energia.
A Dana emprega hoje mais de 36.000 pessoas, com sede Maumee, Ohio, EUA, e unidades em 34 países em seis continentes.