Os Sistemas Avançados de Assistência ao Condutor, mais conhecido nas oficinas pela sigla ADAS – do inglês, Advanced Driver Assistance Systems – são inovações da tecnologia automotiva que facilitam a condução segura do veículo, mas que dependem essencialmente do bom funcionamento de componentes mecânicos tradicionais. Confira os principais cuidados com a manutenção do sistema de direção e suspensão para que a tecnologia funcione corretamente.
Os ADAS são tecnologias que conseguem detectar objetos, corrigir direções, alertar o condutor e, em alguns casos, podem inclusive desacelerar ou parar o veículo. Eles foram criados, principalmente, para aumentar a segurança e conforto de motoristas e ocupantes dos veículos e já estão presentes em muitos automóveis que circulam no Brasil.
Algumas das montadoras que já oferecem veículos com ADAS no Brasil são: Mercedes-Benz, BMW, AUDI, Volkswagen, Land Rover, Volvo, Fiat, Renault, Citröen, Peugeot, Kia, Hyundai, Toyota, Honda, Nissan, Mitsubishi, GM, Ford, Chrysler, Dodge e Jeep
As principais funções que integram o ADAS em veículos vendidos no Brasil incluem as câmeras ou sensores de ré, os espelhos laterais com sensores de proximidade (ponto cego), frenagem automática de emergência, limitadores de velocidade, controles de estabilidade, controlador de velocidade de cruzeiro (o conhecido piloto automático), entre outras.
No entanto, embora estes sistemas sejam altamente informatizados e apoiados em tecnologias sofisticadas, com radares, sensores e câmeras, o bom funcionamento depende ainda de componentes mecânicos, como amortecedores, molas, bandejas, barras do sistema de suspensão e direção, pivôs, tirantes, terminais e demais itens que interferem na estabilidade e dirigibilidade do veículo.
Os sensores e câmeras do ADAS, que geralmente estão localizados no para-brisa ou no capô do veículo, precisam de informações precisas e constantes sobre a altura do veículo em relação ao solo, posição e direção das rodas, movimentação da carroceria (chassis) e outros dados coletados em tempo real para realizar as correções, se necessárias, ou alertar o motorista de um risco iminente.
Um pivô desgastado poderá interferir no alinhamento das rodas, assim como um amortecedor, molas ou coxins danificados alteram a altura e comportamento da suspensão, fornecendo informações imprecisas aos sensores e radares. Com isso, a falta de manutenção pode tornar o ADAS um penduricalho e não um sistema de segurança do veículo.
Outra situação que deve ser prevista nas ações de reparação automotiva é a calibragem do sistema após pequenas intervenções do mecânico, como substituição de peças ou reparos de carroceria. Os parâmetros do ADAS precisam ser calibrados, por exemplo, quando o vidro é substituído ou o carro sofre alguma batida e depois de qualquer intervenção que possa afetar o ângulo de direção, como alinhamento ou balanceamento.
Sem a calibração, os sistemas não são sincronizados, nem alinhados e passam informações erradas ou imprecisas ao condutor, o que pode ocasionar acidentes. O que acontecerá se um assistente de permanência de faixa estiver descalibrado e o carro sair da pista? Ou se o sistema de frenagem automática de emergência não realizar a leitura correta da distância do veículo da frente?
Caso a calibração do sistema não seja feita, o funcionamento correto do sistema de segurança é prejudicado, ocasionando acidentes e riscos ao condutor, passageiros, pedestres ou outros usuários da via.
Quando é necessário realizar a calibração do ADAS?
- Quando houver substituição de componentes, principalmente na suspensão e direção.
- Sempre que surgir código de avarias dos sistemas no painel de instrumentos ou computador de bordo.
- Em caso de desconexão dos cabos de alimentação e sinais dos módulos.
- Sempre que for realizada a troca do para-brisa (câmera frontal).
- Quando realizar alguma modificação de tamanho de roda ou ajuste de suspensão.
- Após realizar o alinhamento da suspensão que exija deformação de componentes (cáster, cambagem, alinhamento e balanceamento de rodas).
- Após qualquer tipo de colisão que provoque danos no para-choque, grade, ou outro componente que acomode sensores.