Ficou curioso? Então leia com atenção esta nota e assista o vídeo sobre os cuidados adicionais ao trabalhar em um modelo elétrico que foi submetido a uma região alagada.
Carro elétrico foi projetado para rodar em enchentes? Não! Aliás, nenhum veículo, tenha ele um motor elétrico ou a combustão interna, foi fabricado para rodar em regiões alagadas. Qualquer carro pode ser danificado ao passar por uma enchente e não seria diferente em um elétrico.
A grande vantagem do veículo elétrico é que não há pontos vulneráveis à entrada da água, como é o caso dos motores a combustão interna, que possuem áreas pelas quais a água pode entrar no interior do motor e danificá-lo seriamente.
Um motor à combustão trabalha aspirando e comprimindo ar e combustível. Caso um motor à combustão aspire água, ela, como outros líquidos em geral, não são compressíveis, o que causa um “calço hidráulico” e o motor “trava”. Já um motor elétrico trabalha com o princípio do magnetismo, que não é afetado pela presença de água. O risco maior é somente se ficar exposto ao líquido por um longo prazo, quando há o risco de corrosão.
O ponto mais crítico dos veículos eletrificados é a bateria, que é onde se armazena a energia. A boa notícia é que ela é selada, não oferecendo risco de infiltração, desde que sua manutenção seja feita de acordo com os manuais de reparação.
Entretanto, é bom lembrar que, em geral, os módulos ficam instalados no interior do carro, sob o assoalho, e poderão ser danificados se molharem, como qualquer componente eletrônico. A boa notícia é que não há riscos de acidentes para seus ocupantes, pois estes não contêm alta tensão.
O risco de choques para condutores e passageiros de veículos elétricos em casos de enchentes é muito próximo de zero. Os veículos elétricos são submetidos a testes de isolamento, para que, caso haja um curto, os contactores se abram e o sistema deixe de conduzir energia para fora da bateria.
O chicote de alta tensão tem isolamento duplo e os condutores são de alumínio – tudo pensado para minimizar riscos. A energia só sai da bateria e vai para o motor a partir do momento que o condutor acelera. Caso contrário o motor fica desenergizado. O risco de danos só existe se o carro estiver sendo acelerado submerso. Neste caso haverá uma falta de isolamento entre as fases do motor e, possivelmente, geração de uma corrente elétrica, que será logo desligada pelo sistema de monitoração de isolamento.
A conclusão é: em casos de enchentes o condutor deve apenas desligar o veículo e evitar acelerar o carro em pontos que ele está submerso.
Já para os reparadores realizarem algum serviço de manutenção ou socorro em um carro que ficou preso em um alagamento, existe alguns cuidados adicionais, mas muito semelhantes aos procedimentos de rotina para desenergizar o veículo antes de realizar qualquer serviço de manutenção ou reparação.
Quer saber mais sobre o assunto? Então clique na imagem abaixo e assista o vídeo Veículo eletrificado submerso – o que fazer? – o episódio 6 da playlist Investigando o Sistema de Transmissão de Força, uma série de nove vídeos sobre veículos eletrificados disponível no Canal Spicer Brasil no portal do Youtube.