É impossível avaliar um amortecedor sem equipamentos específicos para testes de suspensão, mas é possível identificar sintomas de desgastes com um olhar atento para amassados e vazamentos.
Quando um vazamento de óleo é prejudicial ao bom funcionamento de um amortecedor? A resposta é clara e precisa, sempre. No entanto, algum vazamento de óleo também é esperado, mas não o suficiente para reduzir a efetividade ou comprometer o funcionamento do amortecedor.
A primeira coisa a ser esclarecida é que nenhum selo é perfeito. O selo que mantém o óleo e/ou nitrogênio dentro de um amortecedor (seja um modelo convencional ou um modelo a gás), vazará pequenas quantidades de óleo e gás desde o primeiro dia. À medida que o eixo passa pela vedação, um pouco de óleo gruda no eixo, em quantidades mínimas e microscópicas e, a cada curso do pistão, esse óleo pode, eventualmente, escapar para a parte externa da unidade.
Quanto melhor o acabamento do eixo e maior a qualidade das vedações, menos óleo será perdido durante a vida útil do componente, e nos últimos 20 anos, as superfícies do eixo, a dureza e os materiais de vedação melhoraram significativamente.
Não muito tempo atrás, o intervalo de substituição recomendado para amortecedores era de 40 mil km. Segundo acompanhamento das fábricas, esta era quilometragem média de utilização do item até começar a apresentar perda de sua plena eficiência. Hoje, algumas unidades podem percorrer 80 mil a 100 mil km sem perder desempenho.
O desempenho diminui porque há menos óleo dentro da unidade. Com menos óleo, a pressão diminui. Menos pressão significa que o óleo pode criar bolhas de ar e causar espuma. Como a espuma e as bolhas podem ser comprimidas e não se movimentam pelas válvulas, a unidade não consegue controlar o movimento da suspensão.
A perda de óleo e gás do interior da unidade pode ser aumentada se o acabamento do eixo estiver danificado. Isso pode incluir pequenos arranhões causados por detritos ou amassados devido a impactos contra o amortecedor.
Quando o óleo dentro dos tubos aquece, ele pode afetar a taxa de fluxo através da válvula, pois se torna mais fino ou mais viscoso. O óleo também pode ficar contaminado com detritos e, em casos raros, a sujeira pode entrar no amortecedor através da junta que veda ao redor da haste.
Em amortecedores a gás também pode ocorrer a formação de espuma ou aeração do óleo causada pela cavitação à medida que o óleo passa pelas válvulas. Com o tempo, o amortecedor pode perder essa carga de gás e, se todo o gás escapar, pode provocar superaquecimento do óleo.
O desgaste pode ocorrer entre o pistão e o tubo e, com o tempo, o óleo passará entre os componentes. Se a suspensão atingir o fundo, pode ocorrer contato entre o pistão e o fundo do tubo. Isso pode danificar o pistão e as válvulas. E, se o amortecedor estiver desgastado, as molas terão que trabalhar mais e podem se desgastar mais cedo, causando problemas de altura na distância do veículo em relação ao solo e de condução.
Os amortecedores usam válvulas para controlar o fluxo do óleo. As válvulas estão localizadas no pistão ou na base do amortecedor. A taxa de fluxo influenciará a força necessária para mover o pistão. A válvula funciona nas direções de compressão e retorno e, na maioria dos amortecedores, ambas são taxas independentes. Assim como o eixo e a vedação, a válvula também pode se desgastar devido à fadiga.
Mesmo que um amortecedor aparentemente tenha um vazamento, isso pode não ser realmente verdade. Uma certa “transpiração” é normal e até necessária para lubrificar a junta da haste do pistão.
Dica: Nunca faça a inspeção no amortecedor após dirigir na chuva. Os amortecedores devem estar secos. Para avaliar se há vazamento, basta encostar os dedos secos no amortecedor. Se os dedos continuarem secos, não há vazamento. Em caso de dúvida, limpe bem o amortecedor e verifique novamente após alguns dias.
Podem surgir também resíduos de névoa de óleo no amortecedor, pois a cada curso do amortecedor, a haste do pistão leva um pouco de óleo do cilindro para lubrificar a junta. Se o amortecedor estava completamente seco, resíduos dessa névoa de óleo ficarão visíveis, mas isso não é indicativo de uma falha. Depois de um longo tempo de uso, os resíduos dessa névoa de óleo podem ser visíveis em cerca de 1/3 do tubo.
Mas, se os resíduos de névoa de óleo estão em todo o amortecedor, isso pode ser um indicativo de falha e a causa mais provável é que as juntas da haste do pistão estão desgastadas pelo longo tempo de uso, por operação severa e bastante exigente, ou ainda por entrada de areia ou poeira da estrada. Essa condição pode gerar perda de óleo e consequente redução da força de amortecimento.
Quando observar que a superfície cromada da haste do pistão está desgastada isso pode ser indício que houve uma instalação errada do componente ou os pontos e fixação do amortecedor na torre de suspensão estão desalinhados. Isso provocará desgaste da junta e da guia da haste do pistão, levando a perda de óleo e menor desempenho. A dica para evitar este problema é somente realizar o aperto final dos amortecedores quando o veículo estiver novamente apoiado sobre as rodas.
Outra situação que pode provocar marcas de desgaste na superfície cromada da haste do pistão é a utilização de ferramentas erradas durante a instalação. Em geral, essas marcas aparecem quando, durante a instalação, a haste do pistão foi segurada com um alicate, danificando a superfície e causando irregularidades na extensão da haste.
Com os danos na superfície, essa aspereza da haste do pistão rompe a junta, levando a perda de óleo e menor desempenho. A solução é sempre usar uma ferramenta especial para segurar a haste do pistão.
Quando inspecionar os amortecedores observe:
- Se as manchas de óleo tiverem aparência brilhante, é sinal de um vazamento em rápido desenvolvimento.
- Se as manchas de óleo tiverem uma aparência fosca e leve, isto é um sinal normal de vazamento do componente e, muito provavelmente, não deve ser substituído.
Qualquer inspeção visual deve ser seguida de um test drive. Só será possível verificar o comportamento dos amortecedores numa situação real de utilização do veículo. Nada de testes de empurrar a suspensão para baixo ou balançar o veículo. Isso é mito.
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