Não é toda hora que você olha um veículo por baixo. Mas se o automóvel, pick-up ou caminhão usar diferencial, é lá que você pode encontrá-lo: por baixo
Direto dos almanaques do Danico, extraímos estas informações sobre o eixo diferencial. Conheça um pouco mais sobre este importante componente do Sistema de Transmissão de Força e os cuidados com sua manutenção.
O diferencial faz com que as rodas girem em velocidades diferentes quando necessário, gira em 90 graus o sentido de transmissão da força, reduz a velocidade da rotação transmitida do motor para as rodas, aumentando o tor que proporcionalmente e ainda sustenta boa parte do peso do veículo. O nosso diferencial trabalha duro, não?
Para aguentar essa pedreira toda, só mesmo a tecnologia Dana. Hoje o maior fabricante de eixos diferenciais leves do Mercosul. A Dana está no Brasil desde os anos 50, equipando a maioria dos nossos automóveis, pick-ups e caminhões leves que utilizam eixos diferenciais.
Se você já desconfiava, agora pode ter certeza que as principais montadoras em nosso País utilizam eixos diferenciais traseiros e dianteiros originais produzidos pela Dana. Elas confiam no seu alto padrão de qualidade.
Suprindo o mercado com um leque de produtos que vai desde peças de reposição para a maioria dos veículos que circulam pelo País até a produção de modelos para serviços industriais pesados, a Dana pode fornecer também eixos completos com freios e componentes afins de pontas de eixos segundo as especificações dos clientes, como freios a disco, ABS etc.
Os eixos diferenciais podem ser montados com diferentes comprimentos de tubos e semieixos direitos e esquerdos que são prensados e soldados na carcaça. Ao montar o eixo é possível escolher para cada modelo entre uma variada gama de relações de engrenagens. Isto é flexibilidade! O que você procura, você acha. E acha mesmo, porque a Dana conta com um Departamento de Engenharia de Produto, uma equipe técnica especializada para auxiliá-lo na escolha do eixo correto ou, se for o caso, até mesmo ajuda-lo a projetar um eixo que atenda as suas necessidades. É só entrar em contato com um dos canais de comunicação indicados no fim desse almanaque.
Flutuante e semiflutuante
Os eixos diferenciais podem utilizar em função da carga que vão suportar, dois tipos de semieixos. Para cargas menores, como os automóveis, pick-ups e caminhões, são utilizados os semiflutuantes. Eles possuem em uma das extremidades ranhuras que se encaixam nas planetárias, e do outro lado apoiam-se em rolamentos cônicos fixados no final do tubo.
O cubo da roda, por sua vez, é encaixado na extremidade externa do semieixo que vai, portanto, sustentar o peso do veículo, além de transmitir o torque.
O segundo tipo é o flutuante. Neste tipo, o cubo de roda se apoia em dois rolamentos cônicos fixados no tubo, deixando ao semieixo somente a tarefa de transmitir o torque. Eles são projetados para cargas mais pesadas – os caminhões, por exemplo.
Mas o engenho humano não tem limite, está sempre buscando soluções e aperfeiçoando seus feitos. Um exemplo disto é o diferencial autoblocante Spicer.
Com o diferencial convencional, o torque é distribuído igualmente entre as duas rodas que tracionam o veículo. Quando uma das rodas patina, a outra só pode transmitir um torque igual ao da roda que está derrapando…e o veículo acaba não saindo do lugar.
O diferencial autoblocante Spicer
Já o diferencial autoblocante Spicer permite, nas curvas, a ação diferencial das rodas da mesma forma que o outro. Mas, se uma das rodas gira em falso, ele, automaticamente, entra em ação, levando maior torque à roda com maior aderência. Ele impede a derrapagem das rodas em estradas em más condições e melhora a dirigibilidade do veículo.
A Dana que fabrica os diferenciais Spicer oferece alguns modelos de diferenciais autoblocantes: o Trac-lock, o Powr-Lock e o diferencial com acionamento eletrônico: todos com o mesmo princípio básico de funcionamento.
O projeto das carcaças Spicer
As carcaças Spicer são rígidas e fundidas e em seus projetos incorporam, na peça fundida, canais de óleo. Os modelos para serviço pesado apresentam nervuras de serviço. O óleo é forçado através do sistema de lubrificação, atingindo todas as peças móveis, da coroa aos rolamentos dos semieixos, assegurando a perfeita lubrificação do conjunto. Em todos os modelos vamos encontrar retentores nas extremidades dos tubos para evitar que o óleo do diferencial atinja as lonas de freio.
E por falar em óleo
Todos sabemos que a lubrificação é muito, mas muito importante mesmo. Ela diminui o atrito entre as peças móveis, reduzindo o desgaste dessas peças e evita a corrosão e o engripamento dos componentes submetidos a cargas intensas.
Por ai você pode ver a necessidade de uma lubrificação correta no diferencial, onde tremendas pressões são exercidas sobre seus componentes.
Nos diferenciais tipo Standard devemos usar um óleo tipo hipóide SAE 90 “Multipurpose” que atenda as especificações MIL L-2105-B e API GL5. O nível do óleo é controlado através do bujão de enchimento.
Com o eixo instalado no veículo, o bujão deve estar cheio até seu nível inferior. Isso assegura que a parte inferior da coroa esteja mergulhada no óleo, pois ela que vai distribuir o lubrificante pelos outros componentes.
Mas cuidado! Nos diferenciais autoblocantes não devemos usar o mesmo óleo dos eixos convencionais. Para eles deve ser escolhido um óleo com modificador de atrito (Texaco TL 3450).
Siga sempre as recomendações do fabricante.
Se você cuidar bem do seu eixo diferencial Spicer, pode estar certo que ele vai cuidar bem de você.