Quais os tipos, função e aplicações? Existe rotina e intervalos para manutenção preventiva? Como identificar problemas em seu funcionamento? Conheça a importância dos cuidados de manutenção com o semieixo, um componente resistente e durável, mas que pode ocasionar sérios danos físicos e materiais em casos de falha. Confira.
O semieixo é o elemento mecânico que tem como função ligar o diferencial até as rodas, com a responsabilidade de transmitir a rotação e o torque oferecido pela transmissão até as rodas. A maioria dos veículos, normalmente, têm dois semieixos, um para cada roda motriz, e nos veículos com tração nas quatro rodas existem quatro semieixos, uma vez que todas as rodas recebem a força de tração gerada pelo motor.
Este item do sistema de transmissão tem a aparência de uma barra de aço grande e cilíndrica, conectando o diferencial às rodas motrizes. Existem dois tipos de semieixo:
Homocinético – Utilizado em veículos leves e vans com tração dianteira, consiste em uma barra de aço com formato cilíndrico e juntas homocinéticas em suas extremidades, permitindo a articulação entre o sistema de direção e suspensão. E essa configuração do semieixo que permite o esterçamento das rodas, fundamental para os veículos que são de tração dianteira.
O semieixo homocinético também pode ser utilizado rodas do eixo traseiro, sendo muito comum nas SUV’s que oferecem tração nas quatro rodas.
Rígido: Nos veículos com tração traseira, como as caminhonetes picape, ônibus e os caminhões, são utilizados o semieixo do tipo rígido, ou seja, aquele que não permite o esterçamento das rodas, e também existe dois tipos de semieixos rígidos:
Flutuante: Usado em veículos pesados e extra pesados, estão ligados somente pelas pontas. Neste tipo, o cubo de roda se apoia em dois rolamentos cônicos fixados no tubo, deixando ao semieixo somente a tarefa de transmitir o torque. Eles são projetados para cargas mais pesadas, como caminhões, por exemplo.
Semiflutuante: Empregado no sistema de transmissão de caminhonetes, o semiflutuante possui uma extremidade que está ligada à planetária e a outra apoiada em um rolamento, normalmente alojado na ponta da carcaça do eixo traseiro. Nesta aplicação, uma das extremidades possui ranhuras que se encaixam nas planetárias e do outro lado apoiam-se em rolamentos cônicos fixados no final do tubo. O cubo da roda, por sua vez, é encaixado na extremidade externa do semieixo que vai, portanto, sustentar o peso do veículo, além de transmitir o torque.
Os semieixos rígidos, independente de serem do tipo flutuante ou semiflutuante, não requerem manutenção preventiva, mas é recomendável fazer a inspeção periódica de todos os componentes dos sistemas de suspensão, direção e transmissão em intervalos regulares, além de observar os limites de peso recomendado nos veículos de carga para evitar a sobrecarga no sistema de semieixo.
O excesso de peso é um dos grandes responsáveis pela quebra da peça, que pode comprometer completamente o sistema de transmissão do veículo. Outro cuidado é quanto à trancos e choques das rodas, o que também podem gerar danos nos semieixos.
No caso dos semieixos homocinéticos, a realização de inspeções periódicas, verificando o estado das coifas e abraçadeiras, bem como folgas ou desgastes, podem evitar problemas causados por contaminação ou falta de lubrificação e evitar despesas com trocas prematuras das juntas homocinéticas.
Os semieixos rígidos não apresentam sinais característicos de falha ou mal funcionamento. A melhor maneira de prolongar a vida útil do componente é evitar excesso de carga e trancos no sistema de transmissão, além de um bom cronograma de inspeções seguido à risca.
Já os semieixos homocinéticos costumam apresentar sinais de que existe um problema, sendo que indicativo mais frequente é um ruído intermitente que surge quando movimentamos o veículo com as rodas esterçadas. Esse ruído indica que há danos ou falta de lubrificação da junta homocinética (geralmente no rolamento) e sua troca deve ser feita imediatamente.
Outro ponto de atenção são as manchas de graxa sob o veículo. Provavelmente, a coifa de proteção da junta está danificada e, com o rompimento da borracha, houve perda de graxa e a peça está exposta a entrada de água, terra, areia e outras substâncias abrasivas que vão acelerar seu desgaste.
A falta de inspeção periódica de todo o sistema é um risco para a dirigibilidade do veículo e segurança de seus ocupantes. A quebra ou o travamento do semieixo compromete o sistema por completo, podendo impedir o veículo de rodar e gerar despesas com socorro e resgate.
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