À medida que o veículo freia, acelera e faz curvas, o peso é transferido e o comportamento do veículo muda. Estas alterações são controladas e compensadas pelos componentes do sistema de suspensão. Mas, se um ou mais itens estiveram desgastados ou deficientes, isso pode alterar a reação do veículo e causar situações de riscos e até acidentes graves. Entenda como isso ocorre e os cuidados para evitar riscos.
Se feita de forma controlada, a frenagem pode transferir o peso do veículo de forma eficaz para o pneu que mais precisa ação. Na maioria das vezes, a suspensão e os pneus têm melhor desempenho quando a transferência de peso não é repentina e a suspensão não é comprimida até encostar nos batentes.
Essa transferência de peso provoca reações diferentes no veículo. Se o motorista está fazendo uma mudança repentina de faixa e freia com o volante virando as rodas para a direita, o peso do veículo é transferido para a roda dianteira esquerda.
Se a suspensão do veículo tiver um amortecedor, mola, batente ou outra peça já desgastada ou comprometida, a suspensão pode se comprimir rapidamente. Como resultado, o pneu traseiro direito tem menos peso e menos tração, assim como o pneu traseiro esquerdo, que também tem sua ação reduzida em menor grau.
Isso significa que o veículo pode passar de uma condição de direção arriscada, mas sob controle, para uma situação de derrapagem instantânea muito rapidamente. Na pior das hipóteses, se o veículo tiver um centro de gravidade alto, como um SUV, ele poderá perder o controle e até capotar.
Mas se o veículo tiver amortecedores e demais componentes de suspensão eficazes, a transferência de peso é melhor controlada, assim como o veículo.
O papel do controle de direção e dos pneus torna-se ainda mais crítico em veículos equipados com ABS, controle de tração e sistemas de controle de estabilidade. Como em uma situação de mudança de faixa de emergência, o motorista agora pode dirigir em frenagem de emergência, com auxílio dos sistemas eletrônicos. Isso significa que a transferência de peso e a inclinação do veículo podem ser ainda mais extremas.
Por que os amortecedores desgastam?
A principal razão pela qual os amortecedores se desgastam é porque eles têm uma vida difícil e de alta solicitação. Mesmo em condições normais em uma estrada lisa, eles são acionados em seu curso de subida e descida do pistão mais de 1.000 vezes, em média, a cada quilômetro percorrido.
Dentro de um amortecedor, um pistão sobe e desce em um tubo. Pode ocorrer desgaste entre o pistão e o tubo e, com o passar do tempo, o óleo passará entre o pistão e o tubo.
Se o amortecedor chegar a um desgaste ou dano acentuado, pode ocorrer o contato entre o pistão e o fundo do tubo. Isso pode danificar o pistão e a válvula.
Se o amortecedor chegar a um desgaste ou dano acentuado, pode ocorrer o contato entre o pistão e o fundo do tubo. Isso pode danificar o pistão e a válvula.
Além disso, se o amortecedor estiver gasto, as molas terão que trabalhar mais e podem se desgastar mais cedo, causando problemas de altura e de direção.
Os amortecedores são preenchidos principalmente com óleo. Este óleo pode ter diferentes comportamentos. Quando o óleo esquenta, ele pode afetar a taxa de fluxo através da válvula, pois ele se torna mais fino ou viscoso.
Os amortecedores também podem usar óleos que suportam estas várias situações, pois funcionam como óleos de motor. Quando o óleo está frio, ele pode fluir como óleo de menor viscosidade. Mas conforme o óleo esquenta, ele pode fluir como um de maior viscosidade (similar a um 15W20, por exemplo).
O óleo pode, ainda, ficar contaminado com detritos externos ou resíduos de desgaste dos componentes internos. A sujeira pode entrar no tubo do amortecedor através da gaxeta que veda ao redor da haste. É por isso que é fundamental substituir todas as proteções contra poeira, como coifas e rolamentos, ao instalar novos amortecedores.
A quilometragem por si só é um indicador falho para analisar o desgaste dos componentes de suspensão. Alguns ainda estão funcionando razoavelmente bem mesmo após mais de 60 mil km. A inspeção regular e periódica a cada 10 mil km é a única maneira de determinar a condição real de uma torre de suspensão e do amortecedor.
Tipos de amortecedores
Existem basicamente três tipos de projetos de amortecedores:
- Monotubo de gás de alta pressão;
- Tubo duplo com gás de baixa pressão e
- Hidráulico de tubo duplo (sem gás).
Cada um desses projetos tem certas características de direção e desempenho que podem melhorar o comportamento de um veículo.
A razão pela qual o gás é adicionado a alguns amortecedores é para reduzir a formação de espuma ou aeração do óleo no choque causado pela cavitação quando o óleo passa pela válvula. Com o tempo, os amortecedores podem perder essa carga de gás. Se todo o gás escapar, os amortecedores podem superaquecer e perder sua eficiência.
Todos os componentes da torre de suspensão, incluindo os amortecedores, devem ser substituídos em conjuntos. Substituir um ou dois de cada vez pode criar um problema de equilíbrio, que pode tornar o veículo instável ao frear e acelerar.
Os batentes que se encaixam na haste da torre devem sempre substituídos por peças novas. Este é um procedimento seguro e barato contra danos aos novos amortecedores, molas e demais peças da suspensão.
Não se esqueça das molas. Se as molas já estiverem gastas, elas podem reduzir a vida útil dos novos amortecedores que estão sendo instalados. As molas também controlam a altura do veículo em relação ao pavimento e, por fim, os ângulos de suspensão.
Mas atenção: cada veículo tem uma especificação de amortecedores, molas, batentes, e demais itens. Esta especificação é definida pela engenharia da montadora, considerando peso, potência do motor e outras características do veículo. É importante lembrar isso ao selecionar um amortecedor e demais componentes da suspensão nos serviços de manutenção e reposição. Uma aplicação não recomendada pelo fabricante pode alterar o conforto, dirigibilidade e segurança do veículo.