Chegou o verão e com ele um novo período de chuvas repentinas e torrenciais. A Dana orienta sobre como evitar trafegar em áreas alagadas e o que fazer se a enchente pegar seu cliente desprevenido. Acompanhe!
Entra ano, sai ano e o panorama das enchentes por todo o Brasil não muda. Basta chegar o período de janeiro e fevereiro que as pancadas de chuva aparecem repentinamente, provocando alagamentos em ruas e avenidas e estradas, causando congestionamentos quilométricos e prejuízos.
A maioria dos grandes centros urbanos brasileiros cresceu de forma não planejada, cidades como São Paulo, por exemplo, contam hoje com menos de 40% de áreas verdes, e a grande maioria dos rios que um dia existiram foram canalizados, impedindo assim o escoamento adequado das águas da chuva.
A orientação principal é não trafegar em zonas alagadas, mas nem sempre isso é possível.
Para ajudar na orientação aos seus clientes, pesquisamos algumas dicas para evitar essa surpresa desagradável de ser colhido por uma tempestade e o que fazer se o veículo for obrigado a entrar na zona alagada.
Como evitar
Fique atento às notícias sobre pontos de alagamentos. O rádio no carro ou a televisão, antes de sair de casa, são grandes aliados.
Nos dias com chuvas intensas, evite circular por trechos com histórico de risco de alagamento.
Se conseguir identificar que a altura da água ultrapassará o centro da roda, não tente atravessar o alagamento. Quando não for possível ver a profundidade, o risco de cair em um buraco, do carro parar no meio do alagamento ou até mesmo aquaplanar é grande.
Se não for possível evitar
Ao dirigir em trechos alagados, mantenha a marcha reduzida, baixa velocidade, com rotação constante, em torno de 2.500 RPMs. Isso melhora a aderência e a dirigibilidade do veículo.
Se o carro apresentar aumento de esforço ao esterçar, anomalias das luzes de injeção eletrônica, bateria e ABS, além de variação na luminosidade do painel, mantenha a calma, redobre a atenção e desligue os equipamentos que não forem essenciais. Se alguma destas situações persistirem, encaminhe o veículo para uma revisão.
Se o motor “apagar” no meio do alagamento, não dê a partida e procure removê-lo até uma oficina. Isso reduz o risco de danificar o motor.
Reparos
Em veículos que sofreram danos por alagamento é necessário fazer uma revisão completa, ou seja, a verificação de todos componentes eletrônicos e mecânicos.
Troca do óleo e filtros, assim como a limpeza imediata do veículo, para não danificar estofamentos e carpete, será inevitável em casos como este. O veículo pode não apresentar defeito no momento do alagamento, mas o contato da água com componentes eletro-eletrônicos pode gerar posterior anomalia, com a oxidação das peças.
Prefira oficinas especializadas para fazer os reparos e a higienização do carro. Não confie em serviços muito baratos ou rápidos.
A evolução tecnológica é a maior inimiga da água. Componentes eletrônicos entram facilmente em colapso quando em contato com a água. Por isso, ao contrário do que muita gente pensa, carros mais avançados podem ser os mais prejudicados. Em alguns casos, o conserto pode chegar a 70% do valor do veículo
Será necessário verificar também o estado do óleo da transmissão, dos eixos diferenciais e do cânister, dispositivo que reduz a emissão de hidrocarbonetos dos tanques de combustível. Eles podem ter a vida útil reduzida e aumentar o risco de falhas na embreagem, suspensão e freios.
É indicado também ao proprietário que faça uma limpeza do sistema de ventilação do veículo, que pode estar contaminado por fungos e bactérias.
Caminhões e ônibus podem trafegar?
Para os motoristas as chamadas “chuvas de verão” representam um perigo iminente, uma vez que muitas vezes caem sem aviso prévio e com força suficiente para gerar diversos problemas e pontos de alagamento na via, sendo que em alguns casos o nível da água chega até a altura do baú de caminhão.
Ao se deparar com trechos nesse estado a primeira dica é ter prudência e observar o nível da água, sendo que muitas vezes o melhor a fazer é esperar que o mesmo abaixe conservando assim seu equipamento, sua carga e sua vida. Não é apenas pelo caminhão ser mais alto que significa que ele está imune a riscos.
Vale lembrar que caso a água alcance o motor e entre nos pistões impedindo seu funcionamento adequado pode ocorrer o chamado calço hidráulico, que pode ocasionar dano as peças e até mesmo fundir o motor, sendo necessário investir uma boa soma em dinheiro para o seu conserto, além do tempo em que o veículo estará fora das ruas.
Em casos onde não seja possível esperar ou que o nível não esteja tão elevado, alguns cuidados contribuem para que realize uma travessia de áreas alagadas com maior segurança.
Nesses casos deve procurar sempre a área mais “rasa” da pista e realizar a travessia devagar em velocidade constante e sem alterar a marcha, evitando assim espirrar água de forma que venha a alcançar o filtro de ar do veículo.
Caso o caminhão durante a travessia pare de funcionar, oriente o cliente pra não tentar ligá-lo novamente sob o risco de puxar mais água para dentro do motor e agravar os riscos aos componentes. Peça que ligue o pisca alerta e, após a água baixar, remova o veículo para sua oficina de confiança para que a água do motor seja retirada e seja feita uma avaliação do estado do motor.
Mesmo que ele tenha sucesso na travessia do alagamento será importante fazer uma revisão nos componentes de suspensão, direção e transmissão do veículo. Trafegar em áreas alagadas pode contaminar fluídos e graxas e danificar coifas, juntas, eixos e outros componentes.
Apesar dessas dicas, o melhor é evitar atravessar alagamentos, principalmente se sua carreta não for tão nova, pois os problemas podem aparecer semanas depois.
A água pode comprometer os faróis, os rolamentos dos esticadores da correia, a parte elétrica (se estiver com a vedação ressecada), a ventoinha do radiador e até o sistema de embreagem.
Tomando os devidos cuidados e com bom senso é possível atravessar essa época de fortes chuvas sem maiores problemas.