Música boa é atemporal, ainda mais aquelas que têm ligações emocionais com nosso passado… É só ouvir alguns acordes e, pronto: começa a viagem no tempo. No Concertos Dana Clássicos do Rock Gaúcho isso aconteceu com muita gente, que viu sua infância, adolescência e até adultez roqueira passar diante dos seus olhos no show espetacular que lotou o Salão de Atos da Ufrgs.
Foi uma noite de feitos heroicos e antológicos, a começar pelo próprio clima em Porto Alegre. Mesmo com o frio e a chuva, os roqueiros xucros que esgotaram os ingressos do show estavam todos lá, emocionados e felizes por presenciar um encontro tão histórico. Foi a primeira vez na história dos onze anos de Concertos Dana que o show começou com atraso – o motivo era a lotação esgotada e a chuva que deixa nossa Porto Alegre mais complicada de transitar. Isso tudo só prova que quem ama rock no Rio Grande do Sul continua um gaulês irredutível, com nossos Edu Ks, Julios Renys e Wanders Wildners da vida sustentando nossa resistência underground. Jimi Joe comandava a noite capitaneando a rádio Canal Dana, que relembrou momentos antológicos do rock gaúcho e seus personagens. Entre os convidados da noite estavam: Tonho Crocco, Carlos Eduardo Miranda, Carlo Pianta, Frank Jorge, Beto Bruno, Gabriel Boizinho, Nei Van Soria, Jupiter Apple, Edu K, Biba Meira, Julio Reny, King Jim, Julia Barth, Márcio Petracco, Pedro Verissimo e Luciane Adami.
O começo da noite foi uma tempestade de ventania com Miranda e Luciane Adami cantando “Shoobidahbidoobah (Porto Alegre é Meu Lar)”, de Atahualpa Y Us Panques. Segundo Jimi Joe, essa é a banda mais chinela do rock gaúcho. O grupo surgiu em 1984, e era formado por Jimi Joe, Paulo Nequete, Carlos Miranda, Castor Daudt e Flávio Santos. As músicas que criavam seguiam uma linha punk rock jamais vista nos padrões gaúchos dos anos 80. Jimi Joe lembra: “A gente ensaiava às 9h da manhã, todos os dias, no pátio da casa da avó do Gordo Miranda e ela vinha nos oferecer café e biscoito no meio do ensaio. Foi naquele pátio que conheci gente como Edu K, com quem eu e o Miranda fizemos 3 Almas Perdidas, a banda mais doente de Porto Alegre”.
A música é saudada como hino punk de Porto Alegre. Miranda canta com voz gutural enquanto Luciane Adami, musa do rock gaúcho, declama a letra do hino. O arranjo de Arthur de Faria cria um clima de apocalipse e microfonia que causa o efeito de choque inicial na plateia – mas um susto bom! ”Agora divirtam-se! O pior já passou!”, diz Miranda, ao final da antológica música.
Brincadeiras a parte, é hora de “Campo Minado”, música de Fughetti Luz, que ficou muito conhecida na voz de Alemão Ronaldo, da Bandaliera. Além de Alemão, formavam a banda Marcinho Ramos, João Guedes, Duca Leindecker e Bebeto Mohr que imortalizaram a música que, neste show, foi cantada por Pedro Verissimo. Com toda a propriedade de um hino, o refrão “É campo Minado/ Saca aonde pisa meu chapa/Desdobra esse lance/Dá uma pernada/Pra lá do arame farpado” quase implora para ser entoado. Pudera: embora o disco tenha sido lançado na década de 80, o hit insiste na programação das FMs pop e rock do Sul. Eco daqueles mágicos tempos de festa-baile dos anos 80 em que a Bandaliera nasceu e se criou… E muitos roqueiros sulistas também!
Além dessas festas, mais mainstream, havia um outro circuito de lugares onde as bandas mais xucras (ou alternativas, vá lá), tocavam. Para citar poucos nomes, quem nunca ouviu falar dos clássicos Terreira da Tribo, Taj Mahal, B52, Crocodilu’s, Fim de Século, Porto de Elis? Quem viveu essa época, viu shows históricos nestes lugares e em muitos outros! E, depois da sementinha punk deixada por Atahualpa Y Os Panquis, uma brecha havia ficado e ela foi prontamente ocupada por um bando de guris que não sabia tocar seus instrumentos direito mas tinha muita sede de fazer música: os Replicantes. A banda, originalmente formada por Wander Wildner (vocal), Cláudio Heinz (guitarra), Heron Heinz (baixo) e Carlos Gerbase (bateria), lançou “Sandina” em 1986. Logo, a canção de Jimi Joe que fala de amor e revolução virou hino. Nos Concertos Dana, um emocionado Tonho Crocco dividiu o palco com a Orquestra da Ulbra e Jimi Joe para interpretar a canção. O público, reverente, cantarolava baixinho o refrão: “Todo mundo vai embora/ Todo mundo tem sua hora/E ela me deixou/ Ela me trocou/ Por um sandinista especialista/ Em granada de mão”. Incrível a conexão do público com os artistas e o silêncio reverente que acompanhou essa interpretação.
Depois deste momento, era hora de rock and roll rasgado e gritado e, convenhamos, neste quesito o rock gaúcho sempre teve ótimos representantes – e, entre os mais recentes, citamos com pompa e circunstância os guris da Cachorro Grande. A banda começou em 1999, composta por Beto Bruno, Marcelo Gross, Rodolfo Krieger, Pedro Pelotas e Gabriel Boizinho – Beto e Boizinho juntaram-se à Orquestra de Câmara da Ulbra para tocar “Hey Amigo”. Hoje, com seis discos lançados, a Cachorro foi lançada à fama nacional com seu segundo disco, de 2004, que continha esse hit e outros – mas, inicialmente, ouviu vários “nãos” de gravadora por serem considerados “não comerciais”. Com o sucesso, a banda mudou-se para São Paulo, onde mora até hoje, e voltou ao pago para interpretar seu clássico com a Orquestra de Câmara da Ulbra. Os bad boys com jaquetas de couro entraram no palco e, aos primeiros versos inconfundíveis de “Hey, eu quero ser seu amigo de novo”, a casa veio abaixo. Cheio de atitude rock and roll, Beto Bruno cantava, gritava e dançada diante de uma plateia sedenta pela atitude rock and roll. Visceral e matador!
Falando em vísceras, era o momento de relembrar uma banda que criou não poucos, mas muitos dos clássicos do rock gaúcho: Cascavelletes. Jimi Joe, nosso capitão da rádio Canal Dana, contou que na primeira vez que Kátia Suman rodou a primeira fita demo dos Cascavelletes pela Ipanema FM em uma pacata noite porto-alegrense, a casa caiu. Afinal, a democracia estava de volta pero no mucho. O fato é que o rock colegial e irreverente da banda fundada em 1986 pegou muita gente de surpresa.
Os Cascavelletes surgiram quando Flávio Basso e Nei Van Soria deixaram o TNT. Boatos dizem que a saída acontece porque Charles Master, vocalista do TNT, não havia aceitado as letras sexuais de Basso e Van Soria, que chamaram Frank Jorge e Alexandre Barea para formar sua nova banda. O sucesso foi retumbante, claro. Na noite de Concertos, Nei Van Sória tocou guitarra e cantou “O Dotadão Deve Morrer”, hit da primeira fita demo da banda, lançada em 1987. Claro que a escolha não foi fácil, afinal, foram muitos os clássicos dos Cascavelletes, como “Sob o Céu de Blues”, ”Lobo da Estepe”, “Nega Bombom”… Perguntado sobre como definir a banda, Flávio Basso responde: “Caras muito bacanas agora e, ontem, um cantor super babaca – eu! Mas um ótimo dançarino, é verdade”, brinca ele, que hoje segue carreira solo como Júpiter Maçã – igualmente irreverente e abusado, como as letras dos Cascavelletes. O público dos Concertos Dana, claro, adora e canta o refrão junto com Van Sória: “Todo mundo enlouquece sem mulher!” e fazendo a declaração do jornalista da Bizz Marcel Plasse, valer muito: “ao vivo, os Cascavelletes são o INFERNO!”. Se a banda compôs vários hinos do rock gaudério, não faltaram histórias de shows igualmente inesquecíveis!
Falando em momentos inesquecíveis, eis que surge um deles diante dos nossos olhos: como que magicamente materializado direto dos anos 80, quando emulava as danças e trejeitos de Mick Jagger, é hora de Júpiter Maçã brilhar, direto do seu universo psicodélico e delirante. Aplaudidíssimo, ele entra no palco todo de preto, para alegria do Salão de Atos. A música-hino composta por ele? “Lugar do Caralho”, claro, cantada em uníssono absoluto pela plateia e lançada no disco “A Sétima Efervescência”, de 1997. E, Flávio, qual o endereço, afinal de contas, desse inferninho onírico que você fala em ”Lugar do Caralho”? “Existe em todos os lugares! Come and enjoy the show!”, afirma o compositor, que ainda diz que define-se como “uma espécie de gene embrionário nos Cascavelletes – tudo que tenho feito desde então é sequência daquilo que pode ser considerado um resultado sonoro similar ao dos Cascavelletes”. Similar aos Cascavelletes ou não, é inegável o talento de Flávio para criar hinos e fazer apresentações marcantes que conquistam o público como a desta fria noite de sábado. Bravo, enfant terrible do rock gaudério!
Depois do show do rocker Júpiter, um momento mais introspectivo com nosso country boy punk Julio Reny, saudado há muitos anos pelo saudoso jornalista Marcos Faerman como o Lou Reed dos pampas. Como hai kais fora da lei, os textos/imagens de Julio nos atingem em cheio, às vezes como sonhos delirantes, em outras como perturbadores pesadelos. Não é diferente com “Amor e Morte”, uma parceria dele com sua então companheira, Jaqueline Vallandro. A canção foi lançada em 1985, quando ele formou a banda KM-0 (que, aliás, trazia Edu K na guitarra). A música tocava direto nas rádios Atlântida, Cidade e Ipanema; nas outras um pouco menos e tem até um clássico videoclipe gravado na não tão familiar Boate Cascalho. O arranjo de Arthur de Faria para o Concertos Dana privilegia a melodia tipicamente oitentista e Julio parece surpreso ao ouvir o público cantando o refrão “Mas no teu beijo falta corte/Dispense a lua, baby e me dê/Amor e Morte”. Quer letra mais pós-punk romântica? Impossível.
Outro grande showman do rock gaúcho veio ao palco do Salão de Atos para aquecer a noite: Edu K cantaria um dos maiores clássicos do DeFalla, “Não me mande flores”, acompanhado pela baterista Biba Meira, a mulher mais interessante do rock gaúcho desde sempre. A música foi composta pelos dois mais Flávio “Flu” Santos e Luciane Adami. A banda surgiu em 1984 e é absolutamente incrível como soam atuais até hoje, com suas influências de hard rock, rap, glam rock e heavy metal. Se a plateia ficou assustada com a presença forte de Edu K em pleno 2012, imagine em 1985, no primeiro show da banda, abrindo para a banda Capital Inicial, no Cine Castelo. “Não me mande flores” está no álbum de estreia do De Falla, homônimo, lançado em 1987. Ainda com resquícios do pós-punk, o disco inovaria nos grooves e utilização de instrumentos não-convencionais no estúdio, além de efeitos como scratchs e beatbox, na época pouco se era usados no rock brasileiro até então. “Não me mande flores” é um punk pegado, com uma letra dúbia, bem ao estilo da banda, e Edu K se esbaldou na Reitoria da Ufrgs: desceu do palco, deitou na mureta que separa a plateia alta da baixa, sentou no colo de um respeitável senhor… Coisas de Edu K. Claro que o momento foi incrível, Biba estava indefectível sentada à bateria e mostra o quanto atuais eles ainda são.
Depois da pedrada punk, o repertório volta para os sonhos hippies do rock regional dos Almôndegas, que foi uma das bandas pioneiras em criar uma linguagem particular para a música pop gaúcha. Oriundos da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, eles misturavam velhas canções do folclore gaucho, MPB e rock. Os Almôndegas surgiram oficialmente com a gravação do primeiro LP, em 1975, mas desde quatro anos antes os irmãos Ramil, o primo Pery Souza e os amigos Gilnei Silveira e Kiko Castro Neves ensaiavam num apartamento do bairro Petrópolis. Eles eram estudantes do Instituto de Artes da UFRGS vindos de Pelotas e logo conseguiram contrato com a gravadora paulista Continental, na época apostando em inovações da música brasileira através de nomes como Tom Zé e Walter Franco. No Concertos Dana, Tonho Crocco cantou “Sombra Fresca & Rock no Quintal”, música do primeiro disco dos Almôndegas, de 1975. O público mostrou que as canções dos Almôndegas seguem muito atuais, com seu bucolismo e sonhos pastoris, e até o maestro Tiago Flores cantou o refrão com Tonho.
Hora de falar de um grupo nasceu do mais tosco rythm’n’blues à la Rolling Stones, que flertava com o tropicalismo “mutante”, mas que tinha mais pinta daquelas bandas psicodélicas californianas, e que gravou um dos grandes e esquecidos discos dos anos sessenta. Autor do feito: o quinteto gaúcho oriundo do bairro operário do IAPI, na Zona Norte de Porto Alegre, que atende pelo nome de Liverpool – um dos tripés da origem do rock gaúcho, ao lado dos Brasas e dos Cleans. Misturando influências do rock clássico inglês/americano e da tropicália, Mimi Lessa, Fughetti Luz, Marcos Lessa, Edinho Espíndola e Pekos produziram uma obra que aproximou-se da genialidade dos Mutantes. O disco “Por Favor Sucesso” resultou da classificação do grupo na fase regional no II Festival Universitário da Música Popular, em que o grupo defendeu a música que deu nome ao álbum, de autoria de Carlinhos Hartlieb. Pedro Verissimo veio cantá-la no Concertos Dana e deu vida ao intricado arranjo de Fabiana Ostrovski. Grande momento!
No começo dos anos 80, o TNT chegou espantando o mofo e revisitando com revigorada energia a herança dos anos 60. A primeira formação da banda contava com Charles Master, Flávio Basso, Nei Van Soria, Márcio Petracco e Alexandre Birck. A banda gravou muitos hinos da geração anos 80 falando de amor de um jeito irreverente e vivendo como verdadeiros rock and rollers – e é de 1987, do seu segundo disco, que saiu o petardo “A Irmã do Doctor Robert”, cantada por Pedro Verissimo, que foi acompanhado por Márcio Petracco na guitarra. A música estourou no Brasil todo e, claro, a plateia adorou. Assim como cantou o hit “Surfista Calhorda”, dos Replicantes, visceralmente cantada por Julia Barth, que mostrou que soube levar muito bem o legado punk adiante. Os Replicantes surgiram em 1983, e eram Wander Wildner, Cláudio Heinz, Heron Heinz e Carlos Gerbase. Sua primeira apresentação aconteceu no Ocidente – bar que pertence ao pai de Julia, Fiapo Barth. “Surfista Calhorda” é um dos hinos punk do primeiro disco deles, “O Futuro é Vórtex” – distribuído pelo próprio selo da banda, o Vórtex, que lançou vários outros discos do rock da época. É no espírito do Do It Yourself que Julia gritou a letra da música, mostrando que ainda há espaço pra letras bem-humoradas e o espírito punk que ignora as técnicas vocais. O que realmente importa? A vontade gigante de cantar!
Nosso diretor de cena dos Concertos Dana Clássicos do Rock Gaúcho, Wander Wildner, começou sua carreira musical cantando nos Replicantes e, em 1996, lançou seu primeiro disco solo, “Baladas Sangrentas”, assumindo sua persona punk-prega-folk-chicano, com o carisma e charme que lhe é peculiar. Multifacetada é sua obra, apontando para várias direções, aglutinando músicos das mais diferentes tendências, resultando numa sonoridade única. O disco foi um sucesso retumbante em todo o Brasil e o talento evidente de Wander para showman estava mais do que cristalizado. Deste disco veio a próxima escolha do repertório, “Bebendo Vinho”, arranjada por Pedrinho Figueiredo e cantada pelo sempre afinadíssimo Tonho Crocco. Claro que o peso da interpretação ficou ainda maior sabendo que o dono do baita hino estava no canto do palco mas, experiente e tranquilo, Crocco tirou de letra e, com a ajuda da plateia, entoou o clássico que também virou hino da torcida gremista – e também de todos que deserdaram do Pampa em direção a outros pagos.
Falando em emoção, é a hora de “Amigo Punk”, da fabulosa Graforréia Xilarmônica, formada em 1987 por Frank Jorge, Carlo Pianta, Alexandre e Marcelo Birck mesclando Jovem Guarda, beatlemania, milongas, música brega e letras geniais. A banda criou um som bem humorado, divertido e despreocupado, com alguns toques de música nativista. Colagem de referências geográficas e poéticas e estilos musicais, Amigo Punk é um irreparável hino do rock gaúcho, lançado em disco em 1995, mas já imortalizada no coração de quem frequentava a cena rock porto-alegrense e os longos shows da Graforreia, que chegava a tocar por quatro horas seguidas! ”Não éramos publicitários querendo fazer uma banda engraçadinha. E tínhamos uma maneira própria de buscar a brasilidade, com elementos de música regional gaúcha, como pode-se conferir em canções como ‘Amigo Punk’”, diz Pianta. Ele e Frank subiram ao palco para tocar o lindo arranjo de Iuri Corrêa, que fez a Reitoria virar arena de rock desde o primeiro verso: “Amigo punk escute este meu desabafo/ Que a esta altura da manhã /Já não importa o nosso bafo”. É um grande exemplo daquelas músicas de fim de noite, quando o pessoal já está pra lá de borracho, abraçado com os amigos na finaleira da festa. Frank e Pianta estavam visivelmente honrados com a homenagem e adoraram o arranjo.
O palco é sumariamente invadido por King Jim para cantar “Tô de Saco Cheio”, sucesso dos Garotos da Rua, surgida em 1983 em Porto Alegre pelo saudoso Bebeco Garcia, Edinho Galhardi, Ricardo King Jim Cordeiro e Mitch Marini. Em menos de dois anos, haviam conquistado sucesso nacional e se mudado para o Rio de Janeiro, destino mais ou menos inevitável, junto com São Paulo, para várias outras bandas gaúchas dos Garotos nos anos 80. “Tô de Saco Cheio”, a música escolhida, é uma música clássica e simples que versa o inconformismo juvenil e virou hino nas vozes de milhares de jovens não só no Rio Grande do Sul mas pelo Brasil a fora que entoavam “Lá em casa continuam/Os mesmos problemas”. Claro que, num momento rápido e mágico, o palco foi tomado por Julia Barth, Biba Meira, Edu K, Beto Bruno, Gabriel Boizinho, Pedro Verissimo, Tonho Crocco e Luciane Adami que ajudaram King Jim a cantar a música. Antológico é pouco pra definir a união de diferentes gerações do rock por uma música tão simples e tão genial.
‘Por Favor, Sucesso”, acabou trocando de nome e virando Bixo da Seda em 1971. Em 1976, pela mesma gravadora Continental que havia lançado os Almôndegas no ano anterior, o Bixo da Seda lançou seu único álbum e, com ele, a canção que foi cantada por Pedro Verissimo, também chamada de ”Bixo da Seda”. Fughetti Luz, os irmãos Lessa, Edinho Espíndola e o memorável Pecos Pássaro estão gravados, além do disco, eternamente nas memórias daqueles que tiveram chance de ver o Bixo tocando ao vivo naqueles delirantes anos 70 que misturavam a crueza de uma ditadura militar com sonhos hippies reaquecidos. Bixo da Seda, a canção, fechou esta primeira edição dos Concertos Dana 2012 com chave de ouro. Ficou na boca aquele gostinho de quero mais e a nostalgia boa da inocência dos nossos verdes anos quando acreditávamos que três acordes podiam mudar o mundo. Resta colocar um sorriso no rosto e ter a certeza de que, sim, eles mudam.
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