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Arthur de Faria e Frank Jorge. Imagem: Fernanda Chemale

Não ficou imune à emoção quem foi à estréia dos Concertos Dana 2005. O concerto reuniu a Orquestra de Câmara da Ulbra com os compositores Arthur de Faria e Frank Jorge. Essa mistura mostrou o quanto não há barreiras na música.

O público reunido no Salão de Atos da Ufrgs vinha de vertentes da música tão diferentes como as apresentadas no palco. O lugar estava lotado por um público que ia desde os velhinhos até jovens de camiseta de banda de heavy metal. O espetáculo começou com “Oito de março”.

Em seguida, Arthur apresentou “Maria Tonica”, música que escreveu para a sua filha, quando ela nasceu, em 1998 – uma declaração de amor à pequena. “25 de março”, originalmente, era uma canção curta, e agora vinha recheada de improvisos – até mesmo de músicos da orquestra.

A medida de tempo para cada improvisação era a seguinte: quando o público achava melhor, aplaudia e dava fim ao solo de cada músico. O que era para ser uma canção de pouco mais de um minuto, virava do avesso em mais de sete minutos de uma maravilhosa improvisação.

Arthur de Faria assinou todos os arranjos para a orquestra, o que demonstrou sua familiaridade e experiência. Depois de “Milonga da moça gorda” e “Chama a monga”, com um Arthur totalmente seguro de si e tranqüilo ao palco, foi a vez de Frank Jorge.

Frank começou o espetáculo com “Nunca diga”, da Graforréia Xilarmônica, que levantou o público. Em seguida, “Prendedor”, do primeiro disco de Frank que, como ele contou mais tarde, foi bastante influenciada pela música cubana.

Após, composições mais recentes, como “Falando na chuva” e “Vida de Verdade” – em que Pedro Verissimo foi convidado para dividir os vocais com Frank, dueto eles também haviam feito na gravação do segundo disco de Frank.

O sucesso da Graforréia Xilarmônica, “Amigo punk”, foi a música que uniu Arthur e Frank no mesmo palco com a orquestra. O público cantou junto a letra irreverente de Frank, cheia de referências porto-alegrenses.

No final do espetáculo, em clima de festa, até mesmo o maestro Tiago Flores uniu-se a Frank, Arthur e Pedro na hora de cantar “Agua Podrida”, composição de Leo Masliah que sempre foi usada pela banda de Arthur como uma brincadeira na hora dos shows e figurava no disco mais recente deles. Várias misturas (desde bolero até o vocal death metal de Arthur), para fechar muito bem o primeiro concerto da temporada.