Civic e Cruze tentam antecipar reação ao novo Corolla

AutoIndústria

 

Depois de acumular 7% de queda nos primeiros sete meses de 2019, período em que o mercado total de automóveis cresceu perto de 11%, o segmento de sedãs médios terá um restante de ano bem mais animado, com pelo menos três importantes novidades nas lojas.

 

A principal delas envolve o líder histórico de vendas e que raramente, desde que começou a ser produzido no Brasil, ainda no final dos anos 90, cedeu à concorrência a primeira posição: o Corolla. O modelo da Toyota, que somou 32 mil licenciamentos de janeiro a julho, 40% do segmento que reúne outros 20 veículos nacionais e importados, ganhará uma nova geração no início de setembro.

 

Mais do que o novo desenho e de um generoso pacote de dispositivos de segurança e de auxílio à condução, sua grande atração estará sob o capô. O sedã será o primeiro carro híbrido produzido no Brasil e o primeiro do mundo a combinar propulsão elétrica a um motor flex.

 

Quem busca economia de combustível dificilmente deixará de optar por ele na hora de escolher um sedã: a Toyota calcula que a versão, que terá um motor elétrico de 72 cavalos associado a outro 1.8 convencional, poderá rodar até 29 quilômetros com apenas 1 litro de combustível.

 

Dificilmente, assim, o reinado do Corolla correrá algum risco de ruir em 2019 ou mesmo no ano que vem. Ainda que a concorrência venha se esforçando para isso, em especial a Honda.

 

A também montadora japonesa apresentou esta semana a linha 2020 do Civic, único modelo a ter incomodado um pouco – em um ou dois anos ao longo de duas décadas – e que tem vendido, em média, metade do que registra o Corolla. De janeiro a julho essa relação foi precisa: foram 16 mil licenciamentos do Honda contra os 32 mil do líder.

 

A terceira novidade é também o terceiro sedã médio mais vendido do País. Fabricado na Argentina, o Chevrolet Cruze passou por mudanças estéticas que já eram conhecidas da versão americana desde o ano passado.

 

A própria montadora, porém, prefere enfatizar como maior atrativo da linha a oferta de Wifi a bordo na versão Premier, a mais cara, ainda que o modelo, que também teve sua carroceria hatch renovada, agora tenha a segurança adicional do sistema de frenagem automática de emergência com detecção de pedestres.

 

Segundo a General Motors, até sete dispositivos (celulares, tablets, computadores) poderão utilizar simultaneamente o sistema, que ainda permite acesso a serviços conectados por meio da tela multimídia do veículo.

 

As alterações na nova linha tentam reverter a queda nas vendas do Cruze – que teve somente 10,5 mil emplacamentos de janeiro a julho, contra 11,2 mil em igual período do ano passado – e ao mesmo tempo barrar a rápida ascensão do Volkswagen Jetta.

 

O rejuvenescido modelo mexicano, que acaba de ganhar versão top esportiva, já é o quarto sedã médio mais vendido no Brasil, com 6,9 mil licenciamentos no ano, quase o triplo do que obtivera nos primeiros sete meses do ano passado.

 

Mas contra o Cruze pode pesar um importante fator externo: a General Motors já manifestou sua preferência de investir muito mais nos SUVs daqui para frente e, em março, deixou de produzir o modelo nos Estados Unidos e México.

 

Sem um projeto global específico, dificilmente o Cruze terá uma próxima geração na Argentina ou em qualquer outra base produtiva da empresa. A atualização que chegará em setembro nas concessionárias, assim, pode representar apenas uma curta sobrevida do modelo no mercado sul-americano. (AutoIndústria/George Guimarães)