Qual criança não gosta de aprender brincando? O encantamento provocado por atividades lúdicas têm o poder de aproximar os pequenos do mundo dos livros e estimular sensações, sentimentos e uma vontade natural de descobrir e criar. A criança cria cenários imaginários, onde ela própria se vê fazendo parte da aventura. Como ouvir histórias como “O Mágico de Oz” e não transformar-se em Dorothy, calçar os sapatinhos vermelhos e correr fascinada pelo mundo encantado?
A Mediação de Leituras é um bom exemplo de atividade que desperta este saudável deslumbramento em crianças em fase inicial de formação escolar. Através do “Projeto Agenda Cultural – Histórias transformando o futuro”, apoiado pela Dana com recursos do ProAC, a Associação de Apoio à Criança em Risco (ACER) realiza Mediações de Leituras semanais em seis escolas municipais de Diadema, em São Paulo. Jovens adolescentes da comunidade atendidos pela instituição são muito bem treinados para serem os monitores do projeto e assumir o importante papel de levar diversão e cultura para as crianças – e se divertir e aprender também, claro!
Todos os detalhes da atividade de Mediação de Leituras são pensados para aguçar o interesse das crianças. Os temas de leitura são escolhidos pelos monitores – que já sabem os títulos que despertam mais curiosidade – ou pelos próprios professores, de acordo com o plano pedagógico adotado por cada um. Os livros utilizados fazem parte do acervo da biblioteca da ACER, que conta com mais de 12 mil exemplares. Os divertidos “Jujubalândia”, “Macaco Danado” e “Pedro e Tina: Uma Amizade Muito Especial” estão na lista dos preferidos da criançada.
E ainda tem mais. Antes de iniciar a Mediação de Leitura, os monitores realizam uma atividade de quebra-gelo para integrar os alunos e prender a atenção. Brincadeiras como “Pucana” (muito parecida com Escravos de Jó), “Comando” (também conhecida como O Rei Mandou) e “Morto-Vivo” são ótimas para envolver os pequenos, estimular a imaginação e preparar para o mergulho no mundo da literatura.
Michelle Missias, agente cultural responsável pelo projeto, fala sobre as mudanças de comportamento observadas nas crianças que participam das atividades. “No início, observamos algumas birras e manhas, acanhamento e até certa falta de interesse. Agora, elas aguardam ansiosas o momento das mediações, gostam de manusear os livros e, nos dias seguintes, reproduzem espontaneamente as histórias e brincadeiras que aprenderam com os jovens monitores”, conta Michelle. Os resultados não poderiam ser diferentes, Michelle! Afinal, o que as crianças precisam é ser constantemente estimuladas a participar.
E elas participam e aguardam! O livro já está escolhido, a brincadeira já foi finalizada, estão todos imersos na fantasia. É hora de iniciar a Mediação de Leitura. Hora também de testar a técnica e a habilidade dos monitores. Mas não há com o que se preocupar. Eles estão bem preparados e já entregues aos sons e às páginas. Como muito bem diz a fonoaudióloga Lucila Pastorello no artigo “Porque sim não é resposta: 7 bons motivos para ler para crianças pequenas”, “Ler em voz alta é servir como ponte entre o livro e o ouvinte. Ao ler, é preciso ser fiel ao texto escrito; não dá para mudar as palavras. Isso não significa que a leitura tenha de ser monótona e sem cor. As variações na voz, o ritmo da leitura, com sons e silêncios, vão dar cor e temperatura à leitura, fazendo com que o livro fique vivo”.
E é isto que acontece nos momentos seguintes. O livro está vivo. Acordou no momento exato em que a voz do monitor encontrou a curiosidade das crianças. Os ponteiros voltam e avançam conforme a intensidade da aventura. Ninguém mais está naquela sala de aula. Crianças, mediadores, professores – cada um voou para um lado, deu a volta ao mundo e voltou para alardear suas descobertas. Todos fascinados, inquietos e com poderes para amplificar o alcance daquela história. Com poderes para mudar os números e os cenários.
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