Quando uma organização com mais de 70 anos tem, como média de tempo de casa 10 anos e, ainda, um grande número de colaboradores com mais de 30 anos dedicados à empresa, pode-se imaginar o que está por traz de sua capacidade e promover um ambiente de trabalho seguro, inclusivo para pessoas com mais de 50 anos.
A Dana conjuga passado, presente e futuro e valoriza essa essência diante do desafio de manter seu perfil inovador. Assim, em 2002, no Complexo Industrial de Gravataí (RS), criou o Programa Time de Veteranos Dana com o objetivo de:
- demonstrar que reverenciar a experiência de vida e sabedoria dos mais velhos é um valor compartilhado;
reconhecer a contribuição dos trabalhadores na fundação dos pilares de crescimento, inovação e referência no setor automotivo que a empresa se tornou; - demonstrar que a aposentadoria é justa pelos anos de contribuição, mas que seus talentos e competências não se aposentam. E, assim, abrir as portas para colaboradores aposentados em oportunidades na empresa, como consultores;
- promover o diálogo e aprendizado entre as gerações;
- ter no programa um pilar para o registro da memória empresarial, por meio de depoimentos em vídeo para a criação de um acervo documental, compartilhado no site da DANA (dana.com.br/veteranos )
Vale destacar que em mais de meio século, a indústria nacional precisou superar muitos desafios. A tecnologia nem sempre esteve à disposição como hoje, lembra um dos veteranos. Jorge Wallau, 78 anos, “Era um momento diferente de muitos desafios. Produzir ou criar era muito difícil. Não se tinha acesso fácil ao conhecimento e à tecnologia como hoje. Muitas vezes tínhamos que levar uma peça para ser finalizada em São Paulo”.
Garantir que a experiência dos colaboradores com mais de 60 anos seja valorizada
O indivíduo cresce se preparando para o trabalho e precisa disso tanto para sobrevivência, quanto para seu crescimento pessoal, no entanto a sociedade desvaloriza o sujeito aposentado, qualificando-o como improdutivo, O que torna o envelhecimento uma etapa da vida em que o conhecimento adquirido e a experiência dêem lugar ao preconceito e à exclusão.
Em países desenvolvidos cresce a preocupação com a inclusão das pessoas com mais de 60 anos no mercado de trabalho. O Objetivo é garantir que a experiência desses colaboradores seja valorizada confirmando esses profissionais experientes podem atuar como mentores para as novas gerações.
Desde sua origem, o Complexo Dana Gravataí (RS) representa um ambiente desafiador que, ao mesmo tempo, oferece uma elevada qualidade do ambiente de trabalho. Como cortar o vínculo de pessoas que construíram sua vida na empresa se vida profissional e pessoal são indissociáveis? Essa é a resposta do Programa de Veteranos Dana.
Os colaboradores aposentados participam de encontros, com propósito de confraternização, mas também para torças entre as gerações. Continuam com seus crachás e, sempre que tem interesse, podem voltar à sua antiga equipe para conferir novidades. Cinco desses colaboradores optaram por se tornar consultores da DANA para empregar sua experiência nos desafios atuais junto com os jovens. No ambiente administrativo, a tecnologia modificou muito as relações de trabalho, mas na fábrica o desafio em buscar soluções atravessa gerações. “Ter um grupo de pessoas, de diferentes idades e expertises, na busca de soluções é produtivo”, sintetiza Luis Pedro Ferreira que responde pela área de Relações Institucionais da Dana para a América do Sul.
“A Dana tem uma peculiaridade: as pessoas se apegam”, para explicar porque quer se manter próximo, mesmo aposentado. Com opção para desfrutar o tempo livre como aposentados, ele preferiu continuar atuando como consultor na Dana. “Eu me sinto reconhecido porque minha experiência profissional é considerada valorosa e única para a empresa”.
– Hairson Figueiredo, 71 anos, 54 dedicados à Dana.
“Sabe o que faço quando não estou na Dana? Estou na empresa A, B, C ou D ”– citando sua lista de clientes. Muito ativo, segue pesquisando tecnologias de ponta e mantém contatos em uma rede global. Ele é grato à vida e reconhece o privilégio que teve cem longas conversas em caminhadas pela fábrica com o fundador da empresa, Ricardo Bruno Albarus, nos idos da década de 1960.
– Francisco “Xico” Costa, 75 anos, 39 anos até se aposentar e, desde 2002 consultor em tratamento térmico.
“Eu não sabia nada quando cheguei, toda minha formação fiz aqui dentro e isso ainda me mantém no mercado”.
– Oscar Monteiro Carlos, 64 anos, 30 dedcados à Dana.
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