Com lucro por quatro trimestres, Tesla pode fazer Musk ser mais rico que Warren Buffett

O Estado de S. Paulo/Reuters

 

A fabricante de carros elétricos Tesla conseguiu um feito inédito em sua recente história: conseguiu dar lucro por quatro trimestres seguidos. A empresa de Elon Musk divulgou nesta quarta-feira, 22, que foi capaz de ganhar US$ 104 milhões entre abril e junho deste ano, mesmo com fábricas fechadas por conta da pandemia do novo coronavírus.

 

As boas notícias levaram as ações da companhia a subirem 6% após o fechamento do pregão, fazendo a empresa ultrapassar a marca de US$ 300 bilhões em valor de mercado. De quebra, a Tesla também abriu caminho para passar a fazer parte do índice S&P 500, que reúne as maiores empresas americanas.

 

O resultado marca um grande feito para Elon Musk, cuja ambição de liderar a indústria automotiva global para um futuro elétrico foi muitas vezes questionada por analistas e investidores nos últimos anos. Em 2020, porém, a Tesla viu sua ação subir que nem um foguete, com valorização de mais de 500% ao longo do último ano. Para analistas, a empresa ganhou espaço nas últimas semanas por conta das expectativas da inclusão no S&P 500, que pode aumentar a demanda pelas ações da companhia.

 

A supervalorização da empresa também qualificou Elon Musk para receber um bônus de US$ 2,1 bilhão – é o segundo prêmio que o executivo leva por bom desempenho da empresa desde maio. Se a valorização da Tesla após o fechamento do mercado se confirmar nesta quinta-feira, 23, Musk tem tudo para ultrapassar Warren Buffett e se tornar o sexto homem mais rico do mundo, com fortuna avaliada em mais de US$ 73 bilhões, segundo o placar da revista Forbes. No início deste mês, Musk já havia passado Buffett, mas perdeu a posição depois de uma leve desvalorização nas ações da Tesla.

 

Em chamada com investidores na tarde desta quarta-feira, Elon Musk revelou ainda os planos para construção de uma nova fábrica da empresa em Austin, no Texas, capaz de criar 5 mil empregos. A nova fábrica vai produzir os veículos atuais da empresa, o Model 3 e o Model Y, além de um utilitário chamado Tesla Semi e o futurista Cybertruck, que parece saído de um filme de ficção científica.

 

A empresa reafirmou ainda sua meta de entregar pelo menos 500 mil veículos até o final do ano, mesmo com a interrupção de atividade nas fábricas da Califórnia por cerca de seis semanas por conta da crise do novo coronavírus. “Atingir a meta ficou mais difícil, mas segue sendo uma meta”, disse a empresa. Ao longo do segundo trimestre, a empresa faturou US$ 6,04 bilhões, contra US$ 6,35 bilhões um ano antes. O número, porém, ficou acima da expectativa de Wall Street, que imaginava que a empresa iria faturar US$ 5,37 bilhões.

 

Analistas afirmam que, no futuro, a empresa pode ter problemas com a concorrência de outras montadoras de olho no mercado elétrico. No entanto, isso não é uma realidade no curto prazo. “Nesse momento, o mundo dos carros elétricos é da Tesla e as outras empresas estão comendo poeira, numa dinâmica que ficou clara neste trimestre”, escreveu numa carta o analista Dan Ives, da corretora Wedbush Securities. (O Estado de S. Paulo/Reuters)