Golpes com sites falsos de leilão crescem

Jornal do Carro

 

Um dos reflexos do isolamento social por causa da pandemia do novo coronavírus foi o aumento de compras por meios eletrônicos. Sem sair de casa, é possível adquirir tudo pelo computador, celular, tablet e videogame. Esse tipo de operação, que traz facilidades, também envolve riscos maiores – não para a saúde, mas para o bolso.

 

A Sodré Santoro, maior leiloeira da América Latina, informa que durante a quarentena aumentaram as ocorrências de sites de leilão fraudulentos. De acordo com a leiloeira Carolina Sodré Santoro, desde o segundo semestre do ano passado a empresa vinha detectando a existência de páginas falsas com seu nome na internet. Neste ano, o número de ocorrências aumentou.

 

Segundo Carolina, foram descobertas cerca de seis páginas fraudulentas. De acordo com a empresa, apenas no Estado de São Paulo o Sindicato dos Leiloeiros já identificou aproximadamente 400 páginas clonadas.

 

A propósito, a primeira informação que aparece quando se entra no site do sindicato da categoria é um banner com várias advertências sobre falsificação de páginas de leiloeiros na rede.

 

De acordo informações da Copart, empresa norte-americana de leilões que opera no Brasil desde 2012, se antes da pandemia cerca de 70% das vendas eram feitas pela internet, agora o volume ultrapassou os 90%. E a quantidade de participantes em cada leilão, que girava em torno de 7.500, passou para, em média, mais de 10 mil.

 

Cuidados

 

O sindicato listou algumas recomendações para evitar riscos. A primeira é identificar o nome do leiloeiro oficial antes de fazer o cadastro no site. Outra é contatar a empresa. Além disso, é importante verificar a possibilidade de ver pessoalmente o item que será leiloado. Também é aconselhável assistir a um leilão online, para checar a veracidade do site.

 

Carolina recomenda ainda prestar muita atenção nos sites de leilão. Ela afirma que o endereço de algumas páginas na internet que clonaram o site da Sodré Santoro terminam com um “.com/br” e “.com”, em vez do “com.br”. Isso significa que o servidor onde o site está hospedado fica fora do Brasil, o que dificulta a identificação dos responsáveis pela página.

 

Ela também alerta para o fato de que os leiloeiros não entram em contato com o cliente por aplicativos de mensagens, como WhatsApp, para pedir depósito de dinheiro. Outra dica importante é que, pelas normas legais, o pagamento de bens adquiridos em leilão sempre deve ser feito por meio de depósito na conta bancária do leiloeiro, que é pessoa física. De acordo com a leiloeira, nunca se deve fazer depósito em contas de empresas, com CNPJ.

 

Outra dica é ficar de olho em possíveis erros de português. Para finalizar, desconfie de valores muito abaixo dos praticados no mercado. Principalmente se o veículo anunciado aparentar boas condições.

 

Leilões geralmente oferecem preços inferiores à média. Mas diferenças muito grandes podem esconder armadilhas. (Jornal do Carro)