Indústria paulista recua pelo 3º mês seguido, aponta IBGE

O Estado de S. Paulo

 

A produção industrial teve retração em 8 dos 15 locais pesquisados no País, na passagem de junho para julho. O Estado de São Paulo, maior parque industrial brasileiro, encolheu 1,4%, resultado bastante aquém da média global (-0,3%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados pelo IBGE.

 

A produção da indústria paulista recuou pelo terceiro mês consecutivo, período em que acumulou uma perda de 3,7%. O tombo só não foi maior em julho porque houve crescimento na fabricação de veículos, especialmente de automóveis.

 

“Poderia ter sido pior se o recuo não fosse suavizado por veículos”, resumiu Bernardo Almeida, analista da Coordenação de Indústria do IBGE.

 

As duas maiores influências negativas no mês vieram da menor produção de derivados de petróleo e de equipamentos de informática. O mau desempenho preocupa, por conta da diversificação da indústria local.

 

“Consequência disso é que São Paulo, que parecia sair da recente fase recessiva, voltou ao negativo no acumulado de janeiro a julho de 2019: -1% frente ao mesmo período do ano anterior. A reviravolta é patente, já que crescia 4,2% em igual acumulado de 2018”, apontou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, em nota.

 

Segundo Almeida, a indústria paulista “é um espelho da indústria nacional” e vem sendo prejudicada pelos mesmos fatores que afetam a produção brasileira como um todo: ambiente de elevadas incertezas, que adiam consumo e investimentos; mercado externo desfavorável para exportações; demanda doméstica fraca para escoamento interno de produtos; e mercado de trabalho evoluindo ainda lentamente.

 

Na comparação com julho de 2018, a indústria de São Paulo recuou 2,7% em julho de 2019, com perdas disseminadas entre as atividades pesquisadas. Entre os 18 setores que integram a indústria paulista, 14 ficaram no vermelho, mesmo com o efeito calendário contribuindo positivamente (o mês de julho teve um dia útil a mais do que julho de 2018). Os destaques negativos foram as atividades de alimentos, derivados de petróleo, bebidas e outros equipamentos de transporte. (O Estado de S. Paulo/Daniela Amorim)