Nova CPMF terá alíquotas de 0,2% e 0,4%, diz secretário

O Estado de S. Paulo

 

A proposta do governo federal de reforma tributária deverá chegar desidratada ao Congresso Nacional. O secretário especial adjunto da Receita Federal, Marcelo Silva, indicou ontem que o plano do governo é começar a reforma com a troca do PIS/Cofins para um único imposto, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).

 

Segundo ele, somente num segundo momento é que seria enviada a proposta de criação da Contribuição sobre Pagamentos (CP), um tributo nos moldes da extinta CPMF, para reduzir gradualmente os impostos que as empresas pagam sobre a folha de salário de seus funcionários.

 

A alíquota do novo tributo prevista pela Receita é de 0,20% no débito e crédito financeiro (paga nas duas pontas, pelo pagador e pelo recebedor) e de 0,40% no saque e depósito em dinheiro, de acordo com a proposta do Fisco. O secretário adjunto é o articulador técnico da proposta com as equipes de auditores que trabalham nas mudanças.

 

A ideia de iniciar a reforma com a unificação apenas do PIS/Cofins era o caminho defendido pela área técnica da Receita desde o governo Dilma Rousseff. Os técnicos do Fisco também sempre foram favoráveis à recriação da CPMF para aumentar a arrecadação.

 

A proposição que chegou a ser discutida pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, era troca de até cinco tributos

 

Unificação

 

A ideia de iniciar a reforma com a unificação apenas do PIS/Cofins era o caminho defendido pela área técnica da Receita Federal desde o governo Dilma Rousseff federais (PIS, Cofins, IPI, uma parte do IOF e talvez a CSLL) por uma única cobrança, o Imposto Único Federal.

 

As declarações do secretário adjunto, antecipando pontos ainda não divulgados, causaram desconforto na equipe econômica e no Congresso, onde há uma disputa pelo protagonismo em torno das propostas de reforma que tramitam no Senado e na Câmara.

 

Nessa “guerra” de propostas, o Senado cobra de Guedes que não envie um texto fechado e encaminhe as propostas de mudanças para os dois relatores.

 

A forma de tramitação será discutida hoje por Guedes e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

 

Silva destacou que a forma de implantação da reforma tributária é diferente da previdenciária e deve ser feita “substituindo imposto por imposto”. Segundo ele, o desenho traçado é desonerar a folha de salários e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e apresentar a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), com alíquota de 11%.

 

Pela proposta do governo, serão mantidos os benefícios da Zona Franca de Manaus e do Simples. (O Estado de S. Paulo/Adriana Fernandes e José Fucs)