Volkswagen mostra a “cara” de seu carro brasileiro

O Estado de S. Paulo

 

O novo carro brasileiro da Volkswagen começa a ganhar forma – e boa parte dos investimentos da montadora alemã destinados ao País nos próximos anos. A empresa mostrou ontem a silhueta do modelo que foi totalmente desenvolvido no Brasil e, pela primeira vez, será produzido em outros países, conforme adiantou o Estado. Depois do Brasil, a fábrica de Pamplona, na Espanha, produzirá e exportará o modelo para a Europa. Ontem, os jornalistas puderam ver o protótipo na sede da empresa, mas não o fotografar.

 

O New Urban Coupé, como vem sendo chamado, deve ser um CUV (intermediário entre sedã e utilitário esportivo, o SUV), segundo fontes de mercado. O modelo usará a mesma plataforma (base) do T-Cross, lançado este ano.

 

A Volkswagen também confirmou o investimento de R$ 7 bilhões para o Brasil até 2020. Do total, R$ 5 bilhões vão para as fábricas paulistas – São Bernardo e São Carlos receberão R$ 2,4 bilhões em 2019 e 2020. A de São José dos Pinhais (PR), na qual é feito o T-Cross, já consumiu R$ 2 bilhões.

 

Boa parte da diferença nos investimentos projetados para o próximo biênio – ou R$ 2,6 bilhões – vão para a produção do carro nacional e global. O modelo Fox também foi desenvolvido no Brasil, mas apenas exportado. Agora, há previsão de produção em outros países.

 

Rapidez

 

O New Urban Coupé – cujo nome oficial não foi definido e que deve ser lançado a partir de março – exigirá modernização da fábrica Anchieta da montadora em São Bernardo do Campo. Segundo a companhia, a unidade receberá novo conjunto de prensas para ampliar a produtividade.

 

A previsão é a de que o equipamento consiga produzir quatro vezes mais peças por minuto em comparação com a linha anterior. Além da produção do novo carro, cujos detalhes estão sendo guardados a sete chaves pela empresa, Novo Polo, Virtus, Saveiro e Saveiro Cross são fabricados nessa unidade.

 

Já na fábrica de São Carlos haverá a duplicação da linha de montagem de virabrequins, componente do motor, para 2 mil unidades. A Volkswagen importava o item e hoje, além de produzi-lo para o mercado doméstico, passou a exportar o produto para outras unidades.

 

A estratégia da companhia, divulgada anteriormente, era lançar 20 novos modelos até 2020. Desse total, 13 já chegaram ao mercado brasileiro. Julho foi o segundo melhor mês em vendas para a companhia em território nacional (maio segue na liderança e dados de agosto indicam, conforme apurou o Estadão/Broadcast, que possa ocupar a primeira colocação.

 

Segundo a companhia, há 50 engenheiros no projeto. O novo modelo congrega sistemas de áudio, conectividade, multimídia.

 

A América do Sul é o mercado da Volkswagen que mais cresce para a marca no mundo e responde atualmente por 8% das vendas globais do grupo. O setor automotivo, incluindo autopeças, representa 4% do Produto Interno Bruto (PIB) e 20% do PIB industrial do Brasil. (O Estado de S. Paulo/Célia Froufe)