Sindicato dos Metalúrgicos recusa propostas da GM em Gravataí

Jornal do Comércio-RS

 

A direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí comunicou à General Motors (GM), na primeira reunião para discutir termos do acordo de 2020, que não aceita nenhum dos 21 pontos propostos pela montadora. A rodada ocorreu nesta quarta-feira (21) na cidade, sede do complexo onde fica a unidade mais produtiva da América do Sul e uma das mais eficientes no mundo.

 

Os pontos envolvem desde redução do piso salarial – hoje o valor é de R$ 1.570,00, e a GM propõe R$ 1.300,00-, alterações sobre horas extras e revisão da participação nos lucros. Segundo o presidente do sindicato, Valcir Ascari, a entidade se reunirá com a base na manhã de ontem, para decidir uma pauta própria. “Eles [GM] estão fazendo pressão, mas estamos tranquilos porque ainda há tempo até a data-base”, declarou Ascari. O atual acordo vale até março de 2020. A montadora não comenta a negociação, que já era prevista desde o último acordo.

 

A lista de pedidos da montadora já havia sido colocada à mesa pela multinacional em janeiro deste ano. Na época, a empresa chegou a condicionar a permanência no Brasil à revisão de termos do acordo tanto em São Paulo como no Sul. Depois acabou cedendo à negociação, adiando alterações maiores para 2020. Em março, a GM anunciou investimento de R$ 10 bilhões para ficar no País e fabricação de novos modelos na planta gaúcha. Um projeto que já estava em linha chega ao mercado até o m do ano.

 

Ascari adiantou a preocupação com a inclusão de mudanças trazidas pela Reforma Trabalhista e pela MP da Liberdade Econômica na pista entregue à categoria. De acordo com o Ascari, a terceirização na atividade-m, as férias parceladas e as jornadas de trabalho aos domingos e feriados estão na lista. “Tem pontos que são sagrados, como a participação nos lucros, a não terceirização e trabalho aos domingos sem hora extra”, pontou Ascari.

 

As 21 medidas estavam em segundo plano desde que a categoria assinou um acordo com a montadora, garantindo uma série de garantias aos trabalhadores. Na fábrica de São José do Campo, em São Paulo, os trabalhadores aceitaram a proposta da GM. (Jornal do Comércio-RS/Vitor Laitano)