Joint venture da PSA pode fechar fábrica na China

AutoIndústria

 

A China, o gigantesco e maior mercado de veículos mundial, pode, quando suas vendas crescem, ser um paraíso ou, em caso de queda, séria ameaça para as finanças das dezenas de montadoras nacionais ou globais que lá estão.

 

Se na década encerrada 2017, as vendas internas quase quadruplicaram, para 28,8 milhões de unidades, e transformaram o país no eldorado do setor, os dois últimos anos têm sido de pé no freio dos negócios. A queda de pouco mais de 3% em 2018 deve ser sucedida este ano por novo recuo da ordem de 5%, segundo projeções.

 

Confirmado esse resultado, perto de 2,2 milhões de veículos deixarão de ser vendidos em apenas dois anos, mais do que tudo que foi vendido na Itália no ano passado e quase o mercado brasileiro.

 

Por conta disso, algumas empresas globais, em particular, não escondem a disposição de rever a atuação no mercado chinês, seja diminuindo participação em joint ventures ou mesmo abrindo mão de projetos.

 

Ontem, segunda-feira (12/8), a agência Reuters afirmou que teve acesso a documento que indica que o Grupo PSA e a parceira local Dongfeng Motor cortarão 4 mil postos de trabalho e, das quatro fábricas que compartilham na joint venture DPCA, fecharão uma e venderão outra.

 

A Reuters diz que o plano foi acordado entre Carlos Tavares, CEO do Grupo PSA, e Zhu Yanfeng, presidente da Dongfeng. A própria agência de notícias, porém, afirma que os dois grupos se recusaram a comentar as informações.

 

As vendas da joint venture na China caíram de 731 mil veículos em 2014 para 251 mil no ano passado, quase três vezes. Eliminar empregos e se desfazer de fábricas seria uma maneira de evitar a saída total da PSA da China, teriam afirmado fontes do grupo francês à agência de notícias.

 

A possibilidade de deixar o maior mercado automotivo mundial, asseguraram as mesmas fontes, teria sido admitida por Carlos Tavares, o que colocaria um ponto final na parceria de 27 anos.

 

Por outro lado, a própria Dongfeng estaria estudando também rever sua participação na PSA. Em 2014, a montadora chinesa adquiriu cerca de 12% do capital da empresa, pouco depois de Tavares assumir o comando da PSA.

 

Na época o executivo já encaminhava seu plano de recuperação financeira do grupo batizado de Back in the Race e que, de fato, resultou em números positivos desde então. Mas as medidas para reverter o drástico quadro que quase resultou na quebra do grupo em 2012 foram em boa parte amargas.

 

Na busca pela redução dos custos fixos, Tavares determinou o fim de produção de vários veículos, enxugamento do quadro de funcionários em diversas operações e desaceleração ou até cancelamentos de projetos, com consequente perda de volumes negociados e de participação de mercado. (AutoIndústria)