Produção e vendas de autos têm novo impulso

O Estado de S. Paulo

 

O aumento da produção e das vendas de veículos em julho pode ser interpretado como indício de um promissor aquecimento do consumo interno. Segundo relatório da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram produzidas em julho 266,4 mil unidades, representando um crescimento de 14,2% em comparação com o mês anterior (233,2 mil), sendo este o melhor julho desde 2013.

 

Do lado das vendas no mercado interno, registrou-se no mês passado um avanço de 9,1% (243,6 mil unidades) em relação a junho (223,2 mil). Em confronto com o mesmo mês do ano passado, o aumento foi de 12%, taxa muito expressiva tratando-se de bens duráveis de preço mais elevado.

 

“Estamos com otimismo moderado. Temos de ter certo cuidado, mas existem elementos na economia atual que podem impulsionar um segundo semestre melhor”, afirma Luiz Carlos Moraes, presidente da entidade. Entre estes fatores, o mais relevante é a recente redução da taxa básica de juros (Selic) de 6,5% para 6% ao ano, sendo correntes no mercado financeiro projeções de que essa taxa pode cair para 5,5% no final deste ano ou nos primeiros meses de 2020. O que se espera é que a baixa da Selic venha a ter um efeito mais pronunciado sobre as taxas de juros cobradas do consumidor.

 

A isso se alia a expectativa de aprovação final da reforma da Previdência, o que atuará diretamente para desanuviar o ambiente de negócios, principalmente se for seguida da tramitação no Congresso Nacional de uma reforma tributária ampla, ainda em fase de esboço.

 

A situação poderia ser ainda melhor para a indústria automotiva não fosse a queda na exportação, resultante da prolongada crise do mercado argentino. Em julho, as vendas externas do setor foram de 42.115 unidades, um recuo de 15,3% em comparação com o mesmo mês de 2018 (49.705). O esforço das montadoras para incrementar as vendas externas para outros países latino-americanos, como a Colômbia e o México, tem tido bastante êxito, mas os resultados têm sido insuficientes até agora para compensar a retração da exportação para a Argentina.

 

O levantamento da Anfavea informa, ainda, que as vendas de máquinas agrícolas caíram 9,4% em julho em relação ao mês anterior, não passando de 3,9 mil unidades. (O Estado de S. Paulo)