O hábito da leitura está diminuindo entre crianças e jovens, principalmente nas faixas etárias de 5 a 13 anos. Os dados são da pesquisa “Retrato da Leitura no Brasil” publicada, em 2012, pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Ibope Inteligência. A pesquisa realizada em 315 municípios brasileiros mostra que a redução da leitura foi verificada até mesmo entre alunos que leem por dever escolar. Ao compararmos os números desta pesquisa com os do último levantamento, feito em 2007, fica claro o quanto o cenário é preocupante. Em 2007, crianças de 5 a 10 anos leram, em média, 6,9 livros ao ano. Em 2011, este número caiu para 5,4. O mesmo ocorreu entre os pré-adolescentes de 11 a 13 anos, onde o índice caiu de 8,5 livros para 6,9 livros. A média também diminuiu entre os adolescentes de 14 a 17 anos: de 6,6 livros para 5,9 livros.
Para ajudar a mudar estes números, a Dana e a Associação de Apoio à Criança em Risco (ACER), situada em Diadema, São Paulo, apostam no “Projeto Agenda Cultural – Histórias transformando o futuro”. O projeto busca estimular o prazer pela leitura em crianças e adolescentes através de atividades lúdicas, que motivem os jovens leitores a embarcar nas aventuras dos livros. Através desta iniciativa, apoiada pela Dana desde junho de 2012 com recursos do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (ProAC), adolescentes atendidos pela ACER recebem treinamento para desenvolver e monitorar estas atividades em escolas e espaços públicos. Agora, Mediação de Leituras, Contação de Histórias e Teatro de Bonecos fazem parte da agenda de seis colégios municipais da periferia da cidade.
Estas escolas estão tendo a oportunidade de facilitar o acesso ao livro, apoiar o enriquecimento cultural e a ampliação do repertório de seus alunos – e convidar suas crianças a conhecer o fantástico mundo dos personagens e suas divertidas histórias. A Coordenadora do Núcleo de Educação e Cultura da ACER, Aline Acorinte, conta que um dos principais alicerces do projeto é fazer com que as crianças tenham contato com os livros desde cedo. Porém, nem sempre as escolas abrem suas portas para iniciativas como esta. “No início, quando ainda estávamos escrevendo o projeto, vários colégios não quiseram participar, nem ao menos quiseram ler o projeto. Agora, com os resultados que estamos alcançando com os alunos destas seis escolas, outras escolas também estão querendo ser atendidas”, destaca Aline. “Este projeto está superando as nossas próprias expectativas tanto em relação à receptividade das crianças quanto ao desempenho dos monitores”, comemora.
Além de incentivar o interesse pela leitura e despertar a criatividade – e a tão saudável curiosidade – em crianças em fase inicial de formação escolar, o projeto oferece oportunidade de desenvolvimento para jovens de 14 a 17 anos em situação de vulnerabilidade social. Ao mesmo tempo em que estes adolescentes estão recebendo qualificação para atender e monitorar os pequenos, estão também recebendo atendimento e sendo acompanhados pela ACER. Uma dobradinha que está mudando os cenários e trazendo novas perspectivas para muita gente. A meta é que mais de oito mil pessoas sejam diretamente atendidas pelo projeto, entre crianças, adolescentes e a comunidade, que já está sentindo os reflexos desta iniciativa nas atitudes de seus filhos.
Luis Pedro Ferreira, Diretor de Comunicação Corporativa e de Marketing da Dana para a América do Sul, ressalta a amplitude e o impacto de ações como esta. “Além do alinhamento com as Metas do Milênio da ONU, este projeto fomenta o gosto pela leitura nos jovens, iniciativa de alto potencial como elemento transformador das realidades pessoais de jovens também cheios de potencial. Em um país como o nosso, onde as condições financeiras acabam por limitar as possibilidades de desenvolvimento de cada um, abrir as fronteiras do pensamento destes jovens é outro importante movimento no sentido de agirmos como elemento transformador em parceria com o poder público e o terceiro setor. Apoiar a ACER é motivo de orgulho e uma honra por fazê-lo em conjunto com o Governo do Estado de São Paulo”, afirma o diretor.
Com recursos do ProAC, o Governo do Estado de São Paulo estimula empresas a patrocinar projetos culturais, permitindo um abatimento de 100% do valor incentivado até o limite de 3% do ICMS devido. Luis Pedro destaca a importância destes recursos para apoiar projetos que incentivem o desenvolvimento de jovens e ajudem a mudar os cenários do país. “Apoiar iniciativas sociais nas comunidades onde estamos inseridos é parte dos princípios que norteiam nossas ações de Responsabilidade Social Corporativa há vários anos. Temos muito orgulho de, mesmo não sendo uma empresa que atua diretamente no varejo, apoiar projetos que fazem uso de Leis de Incentivo, ainda mais quando o fazemos através do ProAC, louvável e importante iniciativa do Governo do Estado”, conclui.
Quer saber mais?
Esta iniciativa está transformando a vida de Alines, Daianes, Felipes, Leonardos e tantos outros jovens. Confira nos próximos posts o envolvimento e dedicação da ACER; o impacto do projeto na vida dos monitores; os detalhes das atividades de Mediação de Leituras, Contação de Histórias e Teatro de Bonecos; e também os resultados das avaliações junto aos professores e alunos.
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Créditos: Acervo ACER