Você sabia que existe diferença entre ler e contar uma história? Se na Mediação de Leituras é preciso ser fiel ao texto dos livros, na Contação de Histórias a fantasia e o improviso são convidados especiais. As histórias contadas podem ser os clássicos da literatura infanto-juvenil, fatos reais – ou imaginários! – que aconteceram com o mediador e seus amigos ou até mesmo lendas e causos inventados por avôs e avós de tantas gerações que já se tornaram referências costumeiras no repertório dos contadores. Aqui, qualquer semelhança com o provérbio “Quem conta um conto aumenta um ponto” não é mera coincidência. O importante é colocar um tempero diferente para instigar a curiosidade e envolver as crianças – e trazê-las para o mundo dos livros, claro!
E é isto que acontece nas atividades de Contação de Histórias promovidas pelo “Projeto Agenda Cultural – Histórias transformando o futuro”, apoiado pela Dana em parceria com a Associação de Apoio à Criança em Risco (ACER), situada em Diadema, São Paulo. Um dos objetivos do projeto é estimular jovens da própria comunidade a participar de formações para desenvolver e monitorar estas atividades em seis escolas municipais da cidade. Além de técnicas de contação, as formações abordam temas como linguagem adequada, postura, comportamentos desejáveis e, principalmente, a contribuição da Contação de Histórias para a construção do conhecimento e formação de jovens leitores críticos. A missão é louvável e, sobretudo, possível. Ainda bem! Por isso a importância de tornar a atividade interessante, prazerosa e muito divertida.
Gilbert Bijoux, que assessora a instituição na elaboração de projetos e mobilização de recursos, explica o quanto o monitor pode explorar sua criatividade para dar vida à história. “Na Contação de Histórias, o monitor pode utilizar expressões vocais e faciais, improvisação e interpretação. Há uma teatralização que envolve o monitor, as crianças e a história, onde todos ficam integrados. A contação também permite o uso de música, fantasias e adornos. Todas as ideias são muito bem-vindas para enriquecer a atividade”, destaca o assessor.
Volte a cena. Você disse fantasias? Opa, os monitores gostaram da ideia! E a Dana também. Com recursos do projeto apoiado pelo ProAC, foram compradas fantasias e objetos para deixar a Contação de Histórias mais lúdica e o ambiente mais confortável e atrativo. Uma novidade que deixou a monitora Micaelly Oliveira Monteiro bastante animada. A estudante de 15 anos, aluna do 1º ano do Ensino Médio da Escola Amadeu Odorico de Souza alegra-se ao falar da experiência. “As fantasias interpretam as histórias que são contadas, deixam tudo divertido, diferente. Estou aprendendo muitas coisas novas sobre contação e como interagir com as crianças”.
Quem também está encantado com tantas possibilidades é o estudante Kennedy Jhonson Celestino Araújo, de 17 anos, aluno do 3º ano do Ensino Médio da Escola Simon Bolívar. “Através das fantasias e da nossa interpretação é possível mostrar para as crianças um novo mundo, o da leitura, incentivar as crianças a ler, mostrar que existe outra realidade” comemora.
Outra realidade é mesmo possível, Kennedy! E começa a existir quando os bichos da fábula “O Macaco e a Onça”, uma das preferidas dos leitores mirins de Diadema – ou seriam da floresta encantada? – planejam dar uma festa e a onça, aquela danada, resolve convidar o macaco. Ela pensava num jeito de almoçá-lo, mas o macaco, esperto como ele só, conseguiu mudar o cardápio e os rumos desta história.
Monitores e crianças, onça e macaco, personagens originais e outros tantos inventados, todos convidados para uma festa que, com tantos frutos e futuros – ué, não seriam comes e bebes? –, não tem hora para acabar.
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