O que move uma instituição que tem como missão resgatar a dignidade de crianças e jovens promovendo a transformação do meio em que vivem? A resposta é plural: responsabilidade social. Esta expressão, personagem já habitual para nossos olhos e ouvidos – que bom, é preciso dizer –, tão generosa em significados e atitudes, talvez encontre aqui uma de suas mais puras manifestações.
Na Associação de Apoio à Criança em Risco (ACER), situada em Diadema, região metropolitana de São Paulo, todas as atividades são planejadas com o objetivo de promover o desenvolvimento humano e comunitário de crianças, jovens e, por extensão, de suas famílias. Focada principalmente na inclusão social de adolescentes em situações de risco, a instituição conseguiu unir as pontas do ensinar com o aprender. E o mais importante: sem descuidar de todas as etapas que uma jornada como esta pode exigir.
Através do “Projeto Agenda Cultural – Histórias transformando o futuro”, apoiado pela Dana com recursos do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (ProAC), a ACER está capacitando e motivando jovens da comunidade a inserir uma biblioteca de mais de 12 mil livros na rotina de crianças de escolas municipais de Diadema. Personagens inusitados e histórias lúdicas estão entrando na vida e no imaginário destas crianças através de atividades de Mediação de Leituras, Contação de Histórias e Teatro de Bonecos.
Diante de uma iniciativa como esta, todas as peças começam a se mexer em natural sintonia. Enquanto a ACER está resgatando jovens à margem da sociedade e as escolas estão promovendo a socialização entre alunos e professores, as crianças estão se rendendo ao encantamento de folhear as páginas e os monitores estão se tornando o ponto de convergência de todo este movimento social. Um lindo efeito dominó – oba, mais um passatempo, narrador? – onde todos saem ganhando. Onde o livro – sim, ele de novo! – é o poderoso elemento transformador.
Para estimular ainda mais este mosaico de transformações, a ACER multiplica o seu empenho. O trabalho desenvolvido pela instituição é de uma delicadeza e cuidado que impressiona os mais desavisados. Basta alargar o olhar para enxergar o rastro de dedicação em cada detalhe. Seleção e capacitação dos monitores, escolha das histórias, criação e ensaio das peças teatrais, compra das fantasias, formação em pintura facial e escultura em bexiga, aplicação de pesquisa junto a diretores e crianças – ufa! – e tudo pensado para cada faixa etária a ser atendida.
O resultado de tanto carinho, compromisso e responsabilidade é visto por todos os lados. Na aceitação do projeto por parte das escolas atendidas, que gostariam que as atividades fossem ainda mais frequentes; no processo pedagógico dos alunos, que estão desenvolvendo habilidades de leitura e escrita; no crescimento dos monitores, que estão mudando seu comportamento ao receber, construir e transmitir conhecimento – e, assim, retroalimentar o meio em que vivem.
Para Jonathan Hannay, Secretário Geral da ACER, o “Projeto Agenda Cultural – Histórias transformando o futuro” é um retrato fiel de como a união realmente faz a força. “Este projeto representa muitos dos valores em que acreditamos: a importância do potencial de cada um para a transformação pessoal de todos. Com a mudança de cada um de nós, alcançamos uma mudança coletiva e a transformação da comunidade como um todo” comemora o principal dirigente da instituição. “Ver os jovens mediadores como coração do projeto, ajudando a introduzir o gosto pela leitura em milhares de crianças da sua própria comunidade é algo apaixonante para toda nossa equipe e estamos empenhados em garantir, num futuro muito próximo, a continuidade deste projeto”, conclui.
O futuro agradece, Jonathan. Nós, da Dana, também.
Quer saber mais?
Clique aqui e conheça um pouco da história dos jovens monitores, os grandes protagonistas deste projeto. Mudanças de comportamento, desafios superados, planos para o futuro. Vale a pena conhecer e se inspirar!