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Imagem: Antônio Pacheco

Desde o lançamento do seu primeiro livro, ”O anjo e o resto de nós”, em 1998, Letícia Wierzchowski tinha a certeza do que faria para o resto da vida: inventar histórias. O que ela não imaginava era que, alguns anos e sete livros depois, ela seria uma das escritoras mais lidas do Brasil. Conversamos com ela sobre seu ofício de escritora, sua rotina, quais os livros que marcaram sua vida e seus planos para o futuro.

Como é que você descobriu que escrever é o que gostaria de fazer na vida?

Eu fiz muitas coisas antes de descobrir isso, e acho que fui guiada pela insatisfação. Arquitetura, direito, pensei até em estudar Medicina. Trabalhei com moda e na empresa do meu pai, e um dia, entre uma coisa e outra, comecei a escrever. Foi uma revelação.

Qual é a sua rotina de trabalho? A sua vida pessoal interfere nesta rotina?

Eu trabalho diariamente, menos quando estou de férias, como agora. É um trabalho maleável, mas que exige dedicação. E a rotina da família se entremeia, se mistura, o que pode ser bom e complicado ao mesmo tempo. É preciso jogo de cintura e olho atento. Mas eu dedico, ao menos, quatro horas diárias ao texto, quando estou produzindo um romance. Além disso, escrevo artigos e crônicas. Gosto muito do que eu faço, portanto não consigo passar muito tempo sem ficcionar…

Capa do seu romance mais recente. Imagem: Divulgação
Capa do seu romance mais recente.
Imagem: Divulgação

Conte um livro que marcou a sua vida e porquê.

Um grande livro que me marcou muito foi Reparação, do Ian McEwan, que agora foi adaptado pro cinema. Li há 4 anos, na época do lançamento, e mexeu muito comigo, porque além de ser um narrativa impressionantemente bem urdida, ele conta de uma menina que ambicionava escrever. Esse romance, por caminhos complexos, levou-me a tomar coragem de escrever a história do meu próprio avô polonês – livro que lancei com o título de ”Uma ponte para Terebin”.

E quais são seus autores favoritos?

Além do McEwan, o Phillip Roth é um autor contemporâneo que adoro.  Aprecio muitos… O Érico, o Tabajara Ruas, o Somerset Maughan, o Eça de Queiroz e a Virgínia Woolf são muito queridos na minha biblioteca.

No seu livro mais conhecido, ”A Casa das Sete Mulheres”, você conta a Revolução Farroupilha numa visão feminina. Como que começou essa idéia?

O livro nasceu da leitura de Os varões Assinalados, do Tabajara Ruas. Lá, ele contava a saga da Revolução através do ponto de vista masculino. E falava numa estância onde estariam as parentas do general Bento Gonçalves. Aí eu quis contar a história  dessas mulheres, naquela estância perdida no pampa, durante os dez longos anos da guerra.

Depois de ”A Casa das Sete Mulheres”, ficou mais fácil vender livros?

Ficou, é claro. A exposição de uma mídia como a a TV Globo é muito marcante…

A idéia do livro ”Uma Ponte Para Terebin” surgiu quando você encontrou umas cartas do seu avô, é isso?

Pois eu tinha essas cartas guardadas havia anos… todas escritas em polonês. Aí, quando li ”Reparação”, numas férias de inverno, voltei pra cidade e tratei de traduzir as cartas. Daí partiu a escritura do romance…

O que você está escrevendo agora?

Agora eu estou de férias (risos)