“Encontrando Forrester”, lançado em 2000 pela Columbia Pictures, parece, mas não é um filme leve. A trilha sonora, composta na maioria das vezes por jazz, dá a tônica da película.
O filme conta a história do jovem escritor Jamal Wallace (vivido por Robert Brown), de apenas 16 anos, dividido entre desenvolver sua inteligência fora do comum e ser um adolescente comum, que gosta de jogar basquete com os amigos. Forrester é o ‘janela’ na vida de Jamal e seus amigos, até que um dia, Jamal é desafiado a entrar no apartamento do ‘janela’ e trazer algo dele como prova de que esteve lá. O ‘janela’, que era o escritor William Forrester (Sean Connery), instiga o jovem a voltar até sua casa. Convenham – contar mais que isso é desnecessário.
O argumento é interessante – Forrester aparece caracterizado como um J.D Salinger (o autor de “O apanhador no campo de centeio”) : preso à um livro que marcou a vida de milhões de pessoas. Recluso há anos, encontra-se com o jovem atleta negro e analisa e comenta seus rascunhos. Criam uma amizade, o que é de certa forma óbvio, já que Jamal é a única pessoa com quem Forrester entra em contato em anos. Mas não há nada da canastrice de Robin Williams em Gênio Indomável. Anna Paquin (de “O Piano”) brilha, atuando como a amiga, filha do diretor da escola e candidata à namorada de Jamal.
A relação entre criador e criatura não é nada profunda, no começo. Os diálogos dos dois são o forte do filme. “Essa não é uma pergunta sobre sopa” é o código usado por eles, quando a pergunta era de cunho mais pessoal. O mais rico do filme “Encontrando Forrester” parte de uma relação entre dois indivíduos antagônicos, que dividem o amor pela literatura e pela arte de escrever. Jamal vê seus trabalhos revisados pelo ilustre autor e a medida em que os encontros entre mestre e aprendiz ocorrem, tanto se desperta uma amizade inusitada, na qual Jamal encontra um guia para ajudá-lo a desenvolver seu talento, como Forrester também encontra ajuda para se libertar da sua condição de ermitão.
A produção realça a amizade dos personagens, a importância da presença de Jamal na reclusão de Forrester. Ele acreditava que tudo já estava definido em sua vida, que não havia mais nada a ousar. Por isso, “Encontrando Forrester” emociona. E como.
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