O Estado de S. Paulo
A produção nacional de veículos atingiu em agosto 259,6 mil unidades (entre carros de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus), aumento de 5,2% em relação a julho. De acordo com a Anfavea, a entidade que representa as montadoras, foi o melhor resultado desde outubro de 2019, antes da pandemia de covid-19. De janeiro a agosto, a produção chegou a 1,64 milhão de unidades, alta de 6,6% ante igual período de 2023.
Já as vendas somaram 237,4 mil unidades em agosto. No acumulado do ano, o total vai a 1,62 milhão de veículos zero-quilômetro, 13,3% mais do que nos oito primeiros meses de 2023.
Segundo a Anfavea, o desempenho é reflexo da melhora nas condições de crédito, na esteira dos cortes de juros, do mercado de trabalho aquecido e do crescimento da renda. A demanda firme das locadoras de automóveis também explica o resultado positivo.
A forte entrada de carros importados no País, porém, fez com que a produção não acompanhasse o ritmo de crescimento do mercado. As exportações aos mercados vizinhos, que também refletem a perda de espaço das montadoras brasileiras para concorrentes estrangeiros, em especial os chineses, recuam 17,9% neste ano.
Retomada Desde outubro de 2019, quando fabricou 288,5 mil veículos, indústria não tinha produção tão alta.
“Os emplacamentos têm crescido, mais do que imaginávamos, muito em razão da redução da taxa de juros, é um fator decisivo. Nossa expectativa é de que não haja aumento substancial da taxa, mas reconhecendo que essa questão é muito mais complexa do que o desejo político”, disse o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, sobre o temor de retomada de alta da Selic pelo Banco Central. (O Estado de S. Paulo/Eduardo Laguna e Amanda Pupo)