Eletrificação do transporte coletivo exige planejamento

Revista AutoBus Online

 

Foi, sem dúvida, esclarecedor o posicionamento de autoridades federais sobre a descarbonização da frota de ônibus do transporte de passageiros e sobre a utilização de veículos elétricos para a redução da emissão de poluentes, durante o 8º Fórum CNT de Debates – Mobilidade Urbana Sustentável, organizado pela Confederação Nacional dos Transportes e realizado no último dia 09 de julho. Na ocasião, o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, foi enfático ao destacar que o Brasil não está preparado para a eletrificação plena da frota de ônibus das cidades e que deve ser buscada uma solução adequada para cada região do país.

 

Inegavelmente, a introdução de ônibus elétricos à bateria no transporte de passageiros vem sendo tratada como solução para melhorar a qualidade dos serviços e garantir a redução de emissões de poluentes. No entanto, como destacou o ministro das Cidades, não adianta pensar em eletrificação sem planejar o modelo de transporte adequado para cada localidade.

 

Há um consenso sobre os desafios que precisam ser enfrentados para se adotar a eletromobilidade no transporte, que vão além da simples compra do material rodante. Principalmente, a complexa questão dos investimentos para a infraestrutura de carregamento dos veículos, que envolve a capacidade de fornecimento da rede de distribuição de energia elétrica e a criação de pontos de recarga.

 

Por isso, foi destacado pelo ministro que o Programa de Renovação da Frota (Refrota) prevê a destinação de R$ 10,5 bilhões, para substituição de 5.350 veículos antigos, e diminuição da idade média da frota de transporte urbano, sendo cerca de 2.500 ônibus elétricos e outros 2.800 com motor Euro 6, mais eficientes e, de acordo com Jader Filho, “18 vezes menos poluentes do que os ônibus comuns”.

 

Durante as discussões no Fórum CNT ficou clara a necessidade de uma política nacional que priorize o transporte coletivo em nosso país, com planejamento e diretrizes a serem adotadas em cada localidade, para, então, ser definida a infraestrutura necessária para a melhoria operacional dos sistemas de transporte, a análise dos custos e, por fim, a escolha da tecnologia que permitirá um transporte sustentável e um atendimento mais qualificado à população. (Revista AutoBus Online/Mauro Herszkowicz, presidente da FETPESP)