O Estado de S. Paulo
O Aeroporto Internacional de São José dos Campos, a cerca de 100 km da capital paulista, receberá o primeiro vertiporto da América Latina. A estrutura permitirá a operação dos chamados “carros voadores”, apelido das aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical, cuja sigla é eVTOL.
O anúncio da novidade foi marcado pela assinatura do memorando de entendimento (MoU, da sigla em inglês para Memorandum of Understanding) para dar início à instalação do vertiporto. O projeto de mobilidade aérea é fruto de uma parceria entre a SJK Airport, concessionária que gerencia o serviço do aeroporto, e a VertiMob Infrastructure.
Conforme previsão das duas empresas, a instalação do aeroporto para “carros voadores” deve começar em 2025. A conclusão da construção e o início das operações devem ocorrer em 2027. O vertiporto experimental será construído na área de teste de motores do aeroporto de São José dos Campos.
Ecossistema
Como parte do MoU, as organizações pretendem desenvolver um ecossistema de mobilidade aérea avançada no Estado de São Paulo. Paralelamente à assinatura do documento, o projeto também pretende fazer parte do processo regulatório da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). As duas iniciativas têm como objetivo fazer com que os projetos para carros voadores avancem no País.
Potencial
São Paulo e Rio de Janeiro são apontadas como as principais cidades brasileiras que podem receber eVTOLs e infraestrutura para vertiportos nos próximos três anos. Assim como São José dos Campos, municípios a até 160 km dessas capitais também aparecem como possíveis candidatos a receber bases para esse tipo de aeronave. Essa distância está relacionado à capacidade das baterias que equipam os carros voadores.
Além disso, a novidade representa um mercado promissor para companhias aéreas. “Não existe serviço aéreo para atender distâncias entre 100 e 300 km. Aviões não operam em menos de 300 km e carros tornam essas viagens demoradas”, afirma Camilo Oliveira, responsável pelas relações institucionais da Azul.
No Estado de São Paulo, cidades como Campinas, Jundiaí e Sorocaba têm potencial por estarem dentro da distância limite em relação à capital paulista. No Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Petrópolis e Teresópolis também são opções viáveis para receber vertiportos. (O Estado de S. Paulo/Erick Souza)