Frota & Cia
Assunto latente no setor, a possibilidade de reajusta na tarifa de pneus importados vai ser tema de audiência pública na Câmara de Viação e Transporte. Um requerimento foi aprovado nesta semana e todas as importantes entidades do setor foram convidadas.
A ANIP (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) há algum tempo vem defendendo a importância de conter o aumento das importações para proteger o produto nacional. De 2017 para 2023 as vendas de pneus da indústria nacional, para passeio e carga, caíram 18%, enquanto as importações cresceram 117%, segundo dados da Associação.
O presidente da ANIP, Klaus Curt Müller, presidente da ANIP, comenta que a entidade e os fabricantes não são contra as importações, mas sim “garantir condições isonômicas de competição e medidas para corrigir a concorrência desleal que se instalou no comércio internacional de pneus com o Brasil”.
Por outro lado, o presidente da ABIDIP (Associação Brasileira dos Distribuidores e Importadores de Pneus), Ricardo Alípio da Costa, diz que o momento é inoportuno para se pensar em aumento do imposto de importação.
“O cenário mudou criticamente contra os pneus importados e a favor dos pneus nacionais nos últimos 45 dias em que o frete marítimo saltou de 2 mil para 9 mil dólares o contêiner, o dólar disparou e a moeda brasileira está batendo recorde atrás de recorde de desvalorização”, diz.
Solução equilibrada
Ainda sem data confirmada, o pedido de aumento da tarifa de importação dos pneus se encontra no Comitê de Alterações Tarifárias da CAMEX para avaliação técnica e posterior referendo do Comitê Executivo de Gestão – GECEX, composto por dez ministérios.
Foram convidados representantes do Ministério da Indústria e Comércio, Câmara de Comércio Exterior, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Associação Nacional da Indústria dos Pneumáticos (ANIP), ABIDIP (Associação Brasileira dos Distribuidores e Importadores de Pneus), NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) e COANA (Coordenação-Geral de Administração Aduaneira da Receita Federal).
O texto do requerimento cita “a importância do tema para os mais de 615 mil caminhoneiros autônomos do Brasil, é fundamental ouvir todas as partes interessadas para buscar uma solução equilibrada e justa”. (Frota & Cia/Victor Fagarassi)