Cayenne híbrido é luxuoso, potente e roda 20,0 km com 1 litro de gasolina

O Estado de S. Paulo/Jornal do Carro

 

No fim do ano passado, a Porsche lançou a reestilização do Cayenne e deu início à pré-venda das versões híbridas no Brasil. Agora, as primeiras unidades da linha 2025 do SUV eletrificado começam a chegar ao País com preços de R$ 80 mil a R$ 165 mil mais altos. Com o reajuste, a opção de entrada, E-Hybrid, parte de R$ 770 mil.

 

Além das mudanças no visual, que foram relativamente discretas, o carro traz novidades na lista de equipamentos e no sistema de propulsão.

 

No estilo, os destaques são a grade dianteira redesenhada e os faróis de LEDs mais finos, menos arredondados e com tecnologia Matrix. Além disso, o capô foi reestilizado.

 

Atrás, a tampa do porta-malas tem novo desenho e a placa passa a ficar integrada ao para-choque. As lanternas foram reestilizadas e ganharam estilo tridimensional.

 

Várias atualizações foram feitas na cabine. Agora, há elementos que remetem ao esportivo elétrico Taycan. É o caso do seletor de marchas mais deslocado para a lateral direita do volante, que permitiu abrir espaço no novo console central. Além disso, há uma nova tela curva de 12,6 polegadas, que faz as vezes de painel de instrumentos configurável.

 

Outras duas telas servem para ativar comandos do carro e entretenimento. A primeira é central e tem 12.3” e a outra, apenas para o passageiro do banco dianteiro, tem 10,9” e é oferecida como opcional.

 

Outros bons recursos são comando de voz, navegador GPS nativo e conexão sem fio de telefones com Apple CarPlay e Android Auto. Carregador de celular por indução refrigerado também está no pacote.

 

Avaliado em um trecho bem curto, o novo Cayenne E-Hybrid tem motor 3.0 V6 turbo a gasolina, que gera 304 cv de potência e trabalha em conjunto com outro elétrico, de 176 cv. A potência total combinada é de 470 cv (8 cv a mais que no antecessor) e o torque máximo é de bons 66,3 mkgf.

 

O câmbio é automático de oito velocidades e a tração é integral. Com esse conjunto, o SUV feito na Alemanha acelera de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos e chega a 254 km/h, de acordo com dados da Porsche.

 

Conforme a fabricante, a capacidade das baterias aumentou de 17,9 kWh para 25,9 kWh. Além disso, o sistema pode recuperar até 88 kW de energia, o que representa aumento de 26 kW comparado ao anterior.

 

Como resultado, a autonomia no modo 100% elétrico agora é de 52 km, segundo dados do Inmetro. São 20 km a mais que no predecessor.

 

Outro destaque do SUV híbrido é o baixo consumo de combustível. De acordo com dados da Porsche, na linha 2025 o SUV roda até 20,2 km na cidade e 18,7 km na estrada com um litro de gasolina.

 

A suspensão pneumática adaptativa também recebeu melhorias. Antes, o sistema tinha três câmaras e uma válvula e agora há duas câmaras e duas válvulas. Segundo a Porsche, isso garante maior equilíbrio entre conforto e performance.

 

Impressões

 

Basta entrar na cabine para notar a excelência do acabamento, com materiais de alta qualidade e macios ao toque. Também agradam as novas tecnologias, como as telas de alta resolução configuráveis e de ótima visualização.

 

Assim como os novos ajustes do ar-condicionado e o botão no volante que permite escolher o modo de condução. Porém, a posição do seletor de marchas, que fica meio escondido à direita do console, pode causar algum estranhamento.

 

Mas basta ligar o carro para que o foco passe a ser apenas o desempenho. Com as baterias carregadas, a partida é silenciosa – como em qualquer carro elétrico. Porém, é só pisar um pouco mais forte no acelerador para o V6 despertar com um rugido grave.

 

O Cayenne E-Hybrid une o melhor de dois mundos. É econômico e silencioso na cidade, mas também oferece respostas vigorosas a quem procura esportividade ao volante.

 

Trocando em miúdos, o SUV é equilibrado, muito bom de guiar e faz curvas de forma suave e com segurança. Aliás, mesmo com os novos ajustes a suspensão continua firme.

 

Embora o sistema deixe o carro mais confortável do que antes, os ocupantes ainda vão sentir os impactos dos pneus contra buracos e as irregularidades de pavimentos ruins. Além disso, a despeito do pedigree da Porsche, trata-se de um modelo caro.

 

Até porque, vários dos equipamentos mais desejados têm de ser adquiridos à parte. É o caso dos faróis HD Matrix e do assistente de visão noturna, por exemplo.

 

E, embora a marca seja reconhecida também pela ampla possibilidade de personalização, alguns itens deveriam vir de série. Os opcionais head-up display, ventilação nos bancos, assistente de permanência na faixa e controle de cruzeiro adaptativo são de fábrica até em carros mais baratos. (O Estado de S. Paulo/Jornal do Carro/Thais Villaça)