AutoIndústria
O indicativo mais positivo do setor automotivo no momento é o mercado interno, que no semestre registrou crescimento de 14,6%, com total de 1,144 milhão de emplacamentos de veículos leves e pesados.
A média diária de vendas em junho, de 10.175 unidades, foi a maior desde o mesmo mês de 2019, sinalizando retorno aos patamares pré-pandemia, como destacou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, na coletiva de divulgação do balanço do semestre nesta última quinta-feira, 4.
Ele também divulgou números relativos a estoques, informando que junho encerrou com 235,4 mil veículos, dos quais 133,7 mil nos pátios das montadoras e 101,6 mil nos das concessionárias. Volumes inferiores aos de maio, que foram de, respectivamente, 246 mil, 124,4 mil e 121,6 mil.
Essa redução, segundo ele, ocorreu em grande parte por causa dos veículos incompletos existentes atualmente nos pátios das montadoras, que por não estarem disponíveis para venda não podem ser computados nos estoques.
“Por causa das chuvas no Rio Grande do Sul, os fornecedores do Estado até hoje não conseguiram regularizar o abastecimento. São cerca de 20 mil a 30 mil veículos parados por falta de peças produzidas lá”, informou Lima Leite.
Presente na coletiva de imprensa, o CEO da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom, disse que a empresa não enfrenta no momento problemas com falta de peças, em função da sua estratégia de ter recorrido a importações para substituir componentes fabricados no Sul. Ou seja, em seu pátio não há veículos incompletos.
Importante lembrar que por conta do crescimento de 14,% do mercado interno no semestre, a Anfavea revisou suas projeções de vendas para cima. Ante previsão anterior de alta de 6,1%, estima crescimento agora de 10,9%, para um volume de 2,560 milhões de veículos.
“A questão é que boa parte desse crescimento vem sendo absorvida por veículos importados, em especial da China”, lembrou o presidente da Anfavea, que defende a cobrança imediata de 35% de Imposto de Importação de carros eletrificados, os principais responsáveis pela escalada da venda de modelos vindos do exterior, principalmente do país asiático, este ano. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)