Brasil tem potencial para chegar a uma produção de 200 mil caminhões, diz indústria

Transporte Moderno

 

A produção de caminhões alcançou 64,4 mil no primeiro semestre, um volume 36,5% superior ao realizado no mesmo período de 2023, quando saíram das linhas de produção brasileira 47,2 mil caminhões. Na análise mensal de junho, a indústria também apresentou avanço, com 12,2 mil unidades, alta, portanto, de 74% sobre as 7 mil feitas no mesmo mês do ano passado. Com o avanço, a perspectiva da Anfavea, associação que representa as fabricantes de caminhões no Brasil, é de uma produção de 133 mil caminhões neste ano.

 

Segundo o presidente da Iveco para a América Latina, Marcio Querichelli, hoje, o volume brasileiro está abaixo do conquistado entre 2010 e 2014, quando o país produzia uma média anual de 180 mil veículos pesados. O executivo foi o responsável por analisar o desempenho do setor de caminhões durante coletiva de imprensa na sede da entidade realizada nesta quinta-feira (4).

 

Renovação de frota para acelerar a produção

 

O presidente da Iveco acredita que o Brasil tem potencial para alcançar 200 mil unidades por ano. Mas, para isso, é preciso inserir os produtos em um novo patamar de competividade. Uma alavanca para isso, segundo o executivo, seria a descomplicação do sistema tributário, que é complexo e prejudica a produção.

 

A aprovação do programa nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) será um outro fator para que a indústria retorne aos patamares de 2010 a 2014 e até alcançar as 200 mil unidades. “O programa traz mais previsibilidade para a indústria, e a parceria com o Governo Federal permite o desenvolvimento da engenharia no Brasil”. Conforme o executivo, uma boa parte dos investimentos anunciados pela indústria automotiva vem do setor de pesados. “As empresas matrizes acreditam que o Brasil e a América Latina têm um grande potencial de crescimento.”

 

Ele acrescenta que a efetivação de um novo programa de renovação de frota, dependendo da sua potência e relevância, também poderá terá um impacto bastante positivo para que o Brasil avance nos volumes de produção. (Transporte Moderno/Aline Feltrin)