Jornal do Carro
O segmento de SUVs de sete lugares é um dos mais rentáveis para as fabricantes. Afinal, são modelos com boa margem de lucro – sobretudo os baseados em picapes, que contam com motor turbodiesel e tração 4×4, como Toyota SW4 e Mitsubishi Pajero Sport, por exemplo. Desse nicho, a novidade é o Chevrolet Trailblazer, que acaba de chegar à linha 2025 com novo trem de força e equipamentos mais modernos. Avaliamos a versão de topo, High Country, cujo preço sugerido parte de R$ 368.550.
Com as atualizações, o Trailblazer ganha fôlego para disputar compradores com o SW4, que é cerca de R$ 65 mil mais caro e, mesmo assim, lidera as vendas do segmento. De janeiro a maio, o Toyota feito na Argentina soma 6.177 emplacamentos, ante 681 unidades do Chevrolet fabricado em São José dos Campos (SP).
Chevrolet Trailblazer muda o necessário
Para voltar a ser competitivo, o Chevrolet Trailblazer recebeu uma bela reforma. Não é uma troca de geração, mas há mudanças importantes no visual, na cabine e na mecânica.
Tal como a picape S10, da qual deriva, o SUV de 7 lugares traz o motor 2.8 litros Duramax turbodiesel de quatro cilindros. Como novidade, este ganhou módulo de gerenciamento eletrônico mais moderno, que, segundo a General Motors, é dotado de inteligência artificial. Além disso, vem agora com o câmbio automático de oito marchas no lugar da transmissão anterior, de seis velocidades.
Estes ajustes deixaram o utilitário muito mais interessante em relação ao desempenho, ao consumo de combustível e ao nível de ruídos e vibrações. O maior número de marchas torna as trocas mais dinâmicas, com respostas rápidas e ótima entrega de torque em retomadas, por exemplo.
A bordo, com os vidros fechados, também há mais conforto acústico que antes. Este era um ponto negativo no modelo anterior. Além do motor trabalhar de forma mais suave, o SUV recebeu placas acústicas nas portas, colunas, teto e parede corta-fogo. Dessa forma, o novo Trailblazer é mais agradável, sobretudo em estrada.
Mas, nos números, o desempenho é próximo do que era antes. O motor está 7 cv mais potente, e alcança 207 cv no total. Já o torque máximo ganhou 1 mkgf e chega a 52 mkgf disponíveis entre 1.600 rpm e 2.400 rpm.
Conectividade e espaço interno são destaques
O novo Trailblazer traz as mesmas mudanças feitas na S10. Por fora, a dianteira tem desenho inspirado na Colorado, picape equivalente nos Estados Unidos. A dianteira é marcada pelos novos faróis diurnos, que formam barras horizontais de LEDs. E pela enorme grade cromada que se conecta ao conjunto óptico.
Atrás, o SUV de 7 lugares mantém o visual anterior, com lanternas com pontilhados de LEDs. Assim, o que se destaca são as dimensões avantajadas: tem 4,87 metros de comprimento, 1,90 m de largura, 1,86 m de altura e 2,84 m de entre-eixos.
Com esse porte, o SUV tem interior bem amplo, uma de suas virtudes. Há espaço de sobra para pernas e cabeças, a segunda fileira de bancos conta com encostos reclináveis e saídas de ventilação com controle de intensidade. E os assentos do fundo também recebem adultos, com fácil sistema de rebatimento para acesso.
Porém, o ponto alto nesta reestilização é o painel frontal, que foi todo remodelado. Tal como na Chevrolet Spin, o destaque são as duas telas emolduradas lado a lado no topo. A peça forma um cockpit moderno, com display colorido de 8 polegadas para o quadro de instrumentos e multimídia MyLink com tela central de 11”. Tem conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay, bem como chip próprio de internet.
Acabamento melhorou, mas picape não tem luxo
Com a atualização, a Chevrolet deu um belo upgrade no SUV de 7 lugares. Apesar de herdar a robustez da S10 no conjunto mecânico, com 4×4 e reduzida, o Trailblazer tem suspensão traseira Multilink e uma condução mais amigável e equilibrada sobre o asfalto. Aliás, segundo a montadora, as bitolas traseiras foram aumentadas e os novos pneus 165/60 R18 ajudam a dar esse maior controle dinâmico.
Já em relação ao acabamento, o SUV não oferece luxo. Parte do painel e das portas tem revestimento em couro, mas os plásticos da cabine, no geral, são modestos. Da mesma forma, faltam itens mais sofisticados, como teto solar panorâmico e freio eletrônico de estacionamento (é por alavanca). Também não tem Auto Hold, o que exige que o motorista segure o SUV com o pedal do freio no trânsito.
Seja como for, a lista de equipamentos da versão High Country é bastante completa. Tem alertas de ponto cego, de tráfego cruzado traseiro, de colisão frontal, de saída de faixa e de pressão dos pneus, frenagem automática de emergência com detecção de pedestres, farol alto com ajuste automático, sensores de obstáculos dianteiros e traseiros, de chuva, câmera de ré, chave inteligente, entre outros.
Por falar nos assistentes semiautônomos do pacote ADAS, uma curiosidade: a GM fez uma calibração “precavida” que dispara alertas e aciona os freios de forma precoce. Em alguns momentos, o SUV chegou a frear bruscamente a certa distância do veículo à frente. Por outro lado, os recursos estão lá, operantes, o que é ótimo.
Novo Trailblazer 2025 vale a compra?
Certamente o SUV de 7 lugares vai voltar a atrair olhares, seja pelo visual mais moderno, pela robustez e amplo espaço a bordo, ou mesmo pelas novidades em conectividade. Com as mudanças, o Chevrolet Trailblazer passa a ser o utilitário mais moderno da categoria. Com o novo câmbio automático de oito marchas, o motor Duramax turbodiesel opera mais suave e garante a conhecida veia 4×4.
Dessa forma, se tiver produção para tal, o novo Chevrolet Trailblazer pode voltar a superar o Mitsubishi Pajero Sport (802 emplacamentos). E, quem sabe, rivalizar mais diretamente com o Toyota SW4, líder isolado com 6.177 unidades até maio. No mesmo período, o SUV da gravata dourada somou só 681 exemplares, ou seja, a missão é difícil. (Jornal do Carro/Diogo de Oliveira)