AutoIndústria
Para tirar dúvidas e prestar esclarecimentos sobre o Mover, a AEA realizou nesta última segunda-feira, 15, debate online com a participação de Margarete Gandini, diretora do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta-Média Complexidade Tecnológica do MDIC, e Gustavo Victer, Coordenador-Geral da Indústria Automotiva e Autopartista do mesmo ministério.
Além de fazer um balanço do que já foi feito, Margarete adiantou os próximos passos do programa, revelando que ainda esta semana será publicada portaria de habilitação de autopeças não produzidas no Brasil.
“Um dos três pilares do Mover é justamente o do regime de autopeças não produzidas aqui. É um tema ligado aos programas prioritários instituídos no Rota 2030 e que terão continuidade no Mover. São relativos à produção extra firma, ou seja, um conjunto de empresas que se unem em prol de um novo desenvolvimento”.
Durante sua apresentação no evento da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, Margarete lembrou que já saíram portarias habilitando 23 empresas ao Mover e previu para o mês que vem a publicação de decreto com a regulamentação de Mover, que vai detalhar os requisitos obrigatórios para comercialização de veículos no Brasil, envolvendo itens relativos à eficiência energética e reciclabilidade.
Segundo revelou na última sexta-feira, 12, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, a entidade tem mantido pelo menos três reuniões semanais com representantes do MDIC para que esse decreto saia em maio.
Gustavo Victer participou da sessão de perguntas e respostas, explicando, entre outras coisas, que o MDIC, no caso do Mover, não vai divulgar créditos concedidos por empresas como aconteceu em meados do ano passado por ocasião do chamado programa do carro popular, que propiciou descontos para modelos até R$ 120 mil.
“A princípio não pensamos em fazer isso. É uma questão de sigilo. A gente está trabalhando para tornar disponível dados sobre como está sendo a distribuição dos créditos e quanto foi autorizado, por exemplo, mas de forma genérica”, explicou o representante do MDIC.
Na sexta-feira passada, durante a inauguração da sede da Anfavea, o vice-presidente e titular do MDIC, Geraldo Alckmin, disse que o Mover tem potencial de ser modelo para outros países para a sustentabilidade da cadeia automotiva.
“O Mover pode ser um exemplo para o mundo, porque ele está na frente, é inovador. Não será só do tanque à roda, mas do poço à roda e do berço ao túmulo. É um dos conceitos mais modernos em termos de descarbonização e de compromisso com o combate às mudanças climáticas”, comentou o ministro, lembrando que o programa além de promover inovação também estimula a exportação dos veículos brasileiros. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)