Brasil avança na exportação de petróleo para novos mercados

O Estado de S. Paulo

 

Além de ter-se transformado em um dos principais exportadores de petróleo do mundo, o Brasil tem conseguido abrir novos mercados para o produto nacional, em um movimento que ganhou força nos últimos anos. A diversificação dos destinos do petróleo brasileiro é impulsionada pelo aumento da produção local e pelas transformações geopolíticas. Em 2019, antes da pandemia e da guerra entre Ucrânia e Rússia, a China representava 64% das vendas brasileiras de óleos brutos, segundo a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Em 2023, a participação da China caiu para 46,6%. A participação da União Europeia – cujo fornecimento de energia foi afetado pelo conflito na Ucrânia – subiu de 6,9% para 23%, e a de outros países da Ásia – excluindo a China – aumentou de 7% para 9%.

 

A economia brasileira se transformou em uma das principais exportadoras de petróleo e subiu mais um degrau: tem conseguido abrir novas fronteiras para a venda do produto. Num movimento que vem ganhando força ao longo dos últimos anos, o País tem se beneficiado do aumento de produção local e das transformações geopolíticas recentes.

 

Em 2019, antes da pandemia de covid e da guerra entre Ucrânia e Rússia, a China representava 64% das vendas brasileiras de óleos brutos, mostra um mapeamento realizado pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Em 2023, o gigante asiático respondeu por 46,6%.

 

Nesse período, na contramão da China, a participação da União Europeia – que teve o fornecimento de combustível e energia afetado com o conflito da Ucrânia – subiu de 6,9% para 23%, e a de outros países da Ásia – excluindo os chineses – aumentou de 7% para 9%.

 

Nesses quatro anos analisados, a venda total de óleo bruto de petróleo subiu de US$ 24,2 bilhões para US$ 42,5 bilhões. As exportações para a China cresceram 28%, e aumentaram 60% para outras economias.

 

Diversificação

 

“O Brasil está, de forma correta, encontrando alternativas para o enfraquecimento da demanda chinesa do petróleo”, afirma Daiane Santos, economista da Funcex.

 

Considerada um dos motores da economia global, a China tem enfrentado um cenário mais complicado, lidando com uma crise imobiliária. Neste ano, o governo chinês estimou um crescimento de 5%, um número que pode ser considerado otimista se comparado com a projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI), que é de alta de 4,2%.

 

Os números do primeiro bimestre deste ano indicam que esse cenário de diversificação continua. A venda de óleos brutos de petróleo liderou a exportação do Brasil para Ásia, União Europeia e Estados Unidos. Representou 21%, 19% e 15%, respectivamente, daquilo que foi vendido para cada bloco e país no período.

 

“Tem havido uma diversificação. O petróleo brasileiro está indo a mais mercados do que ia antes”, diz Lia Valls Pereira, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).

 

Em janeiro e fevereiro deste ano, as exportações de óleo bruto de petróleo somaram US$ 7,520 bilhões, o que representa um crescimento de 73,9% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A alta foi puxada pelo aumento na quantidade – o avanço é de 75,9%. Os preços, no entanto, recuaram 1,1% no período.

 

“O Brasil deve continuar tendo sucesso nas exportações nos próximos anos”, afirma Lia. (O Estado de S. Paulo/Luiz Guilherme Gerbelli)