Siderurgia não deve ser favorecida pelo avanço de montadoras, diz consultoria

Jornal GNN

 

Os sucessivos anúncios de investimentos por montadoras não devem trazer tantos benefícios para o mercado brasileiro de siderurgia, muito por conta da importação de insumos do mercado chinês.

 

Dados do Instituto Aço Brasil mostram que, em 2023, o país importou 1,6 milhão de toneladas para o uso automotivo, o que representa um acréscimo de 4,6 pontos ante o visto em 2022.

 

Apenas no mês de janeiro, as importações chegaram a 367 mil toneladas e de US$ 406 milhões, uma redução de 2,9% em quantum e de 17,3% em valor na comparação com o registrado em janeiro de 2023.

 

Segundo a consultoria Argus, as exportações de aço da China em 2023 subiram 36pc, para um total de 90,3 milhões de toneladas, e a expectativa é que as exportações permaneçam elevadas durante 2024 por conta da fraca demanda da indústria chinesa, a partir da recuperação mais lenta do mercado imobiliário.

 

Apenas o Brasil foi responsável pela importação de 2,9 milhões de toneladas de aço chinês, um aumento de 6,2pc ante o registrado em 2022.

 

De acordo com fontes da siderurgia local, “qualquer movimento” rumo à industrialização do país é positivo para o setor, que tem visto sua participação na economia diminuir ao longo dos anos.

 

O otimismo com a compra de aço brasileiro também se deve a fatores como a falta de especificidade para o mercado automotivo e perdas no estoque por conta da oxidação do produto. Porém, o grande diferencial é o baixo custo do aço chinês. (Jornal GNN/Tatiane Correia)