Volkswagen pisa no freio e picape Tarok, rival da Fiat Toro, perde força

Jornal do Carro

 

Na última semana, a Volkswagen anunciou um novo investimento na Argentina para renovar a picape Amarok, produzir motos da Ducati e nacionalizar o Taos no País vizinho. Até então, a expectativa era de que a marca alemã anunciasse, em conjunto, a produção de uma picape inédita. No caso, a aguardada Tarok. Contudo, parece que esse projeto vai continuar esfriando.

 

Com dimensões da Fiat Toro, o modelo foi revelado ainda em 2018, como conceito, no Salão do Automóvel de São Paulo. Na época, ele surgiu sobre a plataforma MQB-A0, do T-Cross. O protótipo chamou muita atenção, mas não chegou a passar de um ”show car”. E com o sucesso da Fiat Toro desde 2016, esperava-se que a VW fosse na trilha da marca italiana. Mas, com o recente anúncio, a fabricante optou por renovar a Amarok, apesar das especulações de que a Tarok entraria em produção em 2024.

 

O projeto em si da picape compacta é palpável, já que o próprio nome indica que ela herdaria características do SUV Taos e da própria Amarok, com quem compartilharia plataforma. Porém, de acordo com os executivos da montadora na Argentina, a produção do modelo é inviável nos dias de hoje. ”A picape compacta Tarok é um belo projeto, mas hoje é impossível fazê-la na Argentina. Estamos trabalhando com capacidade total na fábrica em Pacheco, teríamos que abrir uma terceira linha de montagem”, explicou Pablo Di Si em coletiva.

 

Nem no Brasil?

 

Muito desejada por aqui, a picape Tarok gerou grande expectativa na época de sua apresentação. Entretanto, acabou congelando por causa da pandemia. Nesse meio tempo, a VW – que continua passando por graves problemas em relação a falta de componentes no mercado – decidiu deixar as picapes de lado e focar no mercado de SUVs.

 

Contudo, apesar de ser um bom momento para apostar no utilitário, a fabricante provavelmente está tendo que rever a estratégia, principalmente, em relação às suas operações e prioridades. Na coletiva, Di Si chegou a comentar que o modelo poderia ser feito nacionalmente, mas não colocou como uma promessa. ”Poderia ser feita no Brasil? Talvez. Mas, no Brasil, temos outros projetos em andamento, como a nova família de carros compactos que será iniciada com o novo Polo Track, que já foi anunciado”, comentou.

 

Se viesse…

 

Para disputar vendas no mercado brasileiro (caso chegasse), a Volkswagen Tarok teria dimensões quase idênticas a Toro, com quem rivalizaria junto com Renault Oroch e Chevrolet Montana. A largura seria a mesma do Taos (1,84 m) que, por sua vez, é a mesma da picape da Fiat. O entre-eixos também teria 2,99 metros do modelo da marca italiana. Inclusive, de acordo com a VW, a maior parte do projeto da picape já estava sendo finalizada, com 80% do design pronto, incluindo o interior e caçamba. Mas, por ora, não seguiu em frente.

 

Em relação a motorização, a picape compacta provavelmente viria com o 1.4 TSI de 150 cv, também utilizado no SUV Taos, com transmissão automática de seis marchas. Além disso, a tração seria integral (AWD). Embora não tenhamos confirmações, a Volkswagen também poderia estar pensando em usar o 2.0 turbodiesel, que equipa a Amarok.

 

Ainda há esperança?

 

Com base nas declarações do CEO, não podemos esperar que a Volkswagen retome o projeto da Tarok nesse momento. Mas, caso valha a pena apostar no utilitário futuramente, nada impediria. Afinal, ninguém comentou que as possibilidades estariam 100% descartadas. Portanto, resta esperar os próximos passos da montadora alemã, que pode resgatar a picape a partir de 2024, quem sabe. (Jornal do Carro/Jady Peroni)