Diário do Transporte
O setor de transporte no Brasil fechou 56.117 vagas de trabalho com carteira assinada entre março e maio por causa da pandemia da Covid-19 que teve origem na China e, em poucos meses, se alastrou pelo mundo.
O dado faz parte de um levantamento da CNT – Confederação Nacional do Transporte com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério da Economia, divulgado nesta sexta-feira, 03 de julho de 2020.
O número de três meses de Covid-19 equivale a quase todas as demissões registradas ao longo dos 12 meses de 2015, ano de recessão econômica brasileira, quando foram demitidos 60.541 trabalhadores.
Além disso, todas as 41.212 contratações entre os anos 2018 e 2019, com a recuperação gradual da economia, foram perdidas.
Somente em maio, foram 20.852 demissões de profissionais com carteira assinada nos segmentos de transportes.
Mais da metade destes cortes de empregos ocorreu no setor rodoviário de passageiros que, apesar da designação, na metodologia da CNT envolve ônibus rodoviários, ônibus e trólebus urbanos, ônibus e trólebus metropolitanos, ônibus de fretamento, micro-ônibus, miniônibus, vans e carros.
Em maio, o segmento de passageiros rodoviários demitiu 12.342 (59,2%) pessoas com carteira assinada.
Em seguida, no mês, aparece o transporte rodoviário de cargas, com 7.955 (38,1%) vagas fechadas.
Segundo a CNT, em nota, “em parte, a quantidade de demissões poderia ter sido ainda maior caso não fosse disponibilizada pelo governo às empresas a alternativa de suspender temporariamente os contratos de trabalho ou de recorrer à redução temporária proporcional de jornada e salários, por meio da Medida Provisória (MP) 936.”
Expectativa negativa
A CNT também divulgou as perspectivas do setor de transportes que não são nada animadoras para trabalhadores e empresários.
“Não se pode descartar, contudo, um cenário de novas demissões nos próximos meses, dadas as dificuldades financeiras que vêm sendo apontadas por um grande número de empresas do setor em pesquisas realizadas pela Confederação Nacional do Transporte”. (Diário do Transporte/Adamo Bazani)